Publicado em 18/08/2024 as 6:00am
Coluna Arilda Costa: Aldo Baldin - Uma vida pela Música, filme do cineasta Yves Goulart será exibido no 28° Inffinito Brazilian Film Festival nos Estados Unidos
Depois das exibições em Nova York e São Paulo, o documentário do cineasta Yves...
Depois das exibições em Nova York e São Paulo, o documentário do cineasta Yves Goulart, Aldo Baldin - Uma Vida pela Música será exibido no 28o Inffinito Brazilian Film Festival nos Estados Unidos através da página oficial do festival (www.inff.online), nos dias 16 e 23 de setembro, a partir das 3pm, com disponibilidade para visualização por 12 horas.
A estreia em São Paulo foi muito emocionante e contou com a presença da pianista Lilian Barretto, que fez inúmeras apresentações com Baldin, no Brasil e na Alemanha, nos anos 1980. Eles gravaram o disco Canções de Amor e Prelúdios de Claudio Santoro e Vinicius de Moraes. Após a exibição, Lilian publicou nas redes sociais: "Lindíssimo, comovente, sensível e emocionante. É preciso ser visto por todo o Brasil." Alessandro Santoro, o filho do compositor, mandou a seguinte mensagem para a viúva Irene Flesch Baldin, direto da sala de cinema, quando ainda subiam os créditos finais: "Que lindo que ficou! Que bom que existe um registro histórico de sua vida musical tão prolífica! Que orgulho! Bravo pela sua lindíssima direção musical, tudo no seu lugar certo! Estou emocionado!"
Você conhece Aldo Baldin? Se a resposta for não, até ele mesmo previu isso quando gravou o seguinte, em 1994, dois dias antes de morrer: “Estou gravando esta fita para poder escrever um livro sobre Aldo Baldin, um tenor brasileiro”.
O livro nunca foi escrito por ele, mas ainda bem que um dos maiores tenores da música clássica, falecido aos 49 anos, decidiu soltar a voz e contar nota por nota sua própria história. Isso porque aquela gravação serviu de trilha para o cineasta Yves Goulart fazer um documentário sobre o artista.
“Eu nasci na mesma cidade do tenor Aldo Baldin: uma pequena cidade chamada Urussanga, no interior de Santa Catarina. Mas só ouvi falar de Baldin em 2009, em Nova York”, afirma Goulart. Foi através de uma amiga que lhe mostrou o LP ‘Serenatas, Bachianas & Canções’ de Heitor
Villa-Lobos é gravado por Aldo Baldin. A capa do álbum é simplesmente a foto da igreja matriz de Urussanga. O cineasta reconheceu imediatamente e disse: “Como é possível que a igreja da minha cidade esteja na capa deste álbum? Quem é Aldo Baldin?” Nesse momento, surgiu o interesse em descobrir quem era esse artista e por que ele era tão desconhecido do grande público no Brasil, mas respeitado e admirado pelo público da música clássica em todo o mundo.
Goulart contatou a viúva Irene Flesch Baldin, catarinense e radicada na Alemanha desde a década de 1970, e descobriu que Baldin havia gravado 100 discos e inclusive foi indicado a um Grammy com ‘Bodas de Fígaro’ de Mozart e ganhou outro com ‘A Criação’ de Haydn, em conjunto, ao lado de grandes nomes da música clássica como Edith Mathis e Dietrich Fischer-Dieskau e sob a regência do maestro inglês Sir Neville Marriner.
Goulart recebeu total e irrestrito apoio de Irene, que é musicista e diretora musical do filme. Ela foi o braço direito do cineasta, ajudando-o inclusive com as entrevistas em alemão. O resultado é um documentário que resgata as origens simples do cantor e apresenta pela primeira vez sua carreira ao público.
“Ele veio de um lugar muito simples, de onde nunca imaginaríamos que surgiria um tenor lírico com tanto talento para cantar Mozart, Bach e Beethoven, com todo o estilo que esses compositores exigem.”
– Irene Flesch Baldin