Publicado em 27/08/2024 as 12:00am
Coluna Bevenuto: O PODER DO FEMININO, mito ou vaidade? O que não te contaram, várias formas de poder.
O cognitivo - depende da consciência da realidade, causas, consequências e escolhas. Envolve...
O cognitivo - depende da consciência da realidade, causas, consequências e escolhas. Envolve a percepção de si mesmo e do propósito;
Psicológico - desenvolvimento do autoconhecimento, autoestima e autoconfiança, reconhecendo pontos fortes e fracos. Mas afinal, qual é o nosso papel?
É importante reconhecer que o feminismo falhou em sua missão, baseado em premissas e argumentos falsos, e que pode criar uma divisão entre homens e mulheres, e até mesmo entre mulheres. É responsabilidade das mulheres conscientes encerrar esse ciclo.
Qual é o nosso destino? Esse empoderamento é bom ou ruim? Para mim, depende. A palavra empoderamento vem de "dar poder". Mas que poder é esse? É o poder de competir pela força ou é o poder de novas possibilidades? É a luta pela igualdade social? Refiro-me à igualdade de receber o mesmo salário se estiver no mesmo cargo e com a mesma capacidade; denunciar casos de violência doméstica, entre outros. Porque quando entramos em uma competição pelo poder apenas pelo poder, estamos tratando de uma competição.
Não se trata de conquistar algum espaço e ser reconhecida, ser feliz ou igual; trata-se de ganhar enquanto o outro perde. E desde quando isso pode ser considerado algo bom?
Para minha consciência moral, essa forma de empoderamento nunca pode ser boa. Existem exemplos na história de mulheres que conquistaram o mundo sem incitar qualquer tipo de competição, sem precisar ser superior a ninguém ou ganhar enquanto outros perdem. Dois grandes exemplos são Coco Chanel e Clarice Lispector.
A primeira fundou a Chanel quase 140 anos atrás e seu legado perdura até hoje. Mas ela nunca usou autoridade excessiva para conquistar algo, nem precisou ganhar enquanto outros perdiam: seu empoderamento dizia respeito apenas a ela. Acreditava que podia, foi lá, fez e ponto. Clarice, por sua vez, é um dos maiores nomes da literatura brasileira e sempre enxergou a mulher como um ser dotado de total capacidade, mas com características únicas, como uma maior capacidade de afeto, sentimento e ternura, o que automaticamente elimina qualquer possibilidade de competição com os homens, afinal: eles são eles, nós somos nós. Únicos.
Ambas pensavam e praticavam o empoderamento consciente, sem riscos de competição, sem chances de se tornar apenas uma competição pelo poder. E é exatamente esse o maior risco do empoderamento feminino como vem sendo discutido nos tempos atuais: que a busca pelo poder, por ganhar a qualquer custo, diminua nosso destino de ser mulher. De sermos fortes por natureza, de gerar um novo ser, de sermos o lado mais afetuoso do lar e de sermos humanas, afinal.
Defendo que as mulheres precisam se apropriar dos meios, descobrir a força que têm dentro de si e serem "donas" de suas decisões, livres de qualquer manipulação emocional e de como se apropriam de suas mentes. Que possamos viver sem competir por territórios inexplorados, sem puxar o tapete de ninguém. Acredite, existem e como existem mulheres que confundem inspiração com obsessão por serem melhores que as outras.
"Meu desejo é que todas despertem tanta confiança interna, tanto amor e cuidado, que nada além disso importe". Demorei cerca de 30 anos para olhar para dentro de mim e reencontrar meus valores, minha essência, alinhar meus talentos e desenvolver novas habilidades, compreendendo cada vez mais que o fracasso faz parte da construção de uma carreira. Isso tudo acontece quando nos apropriamos. As oportunidades que abracei foram incríveis, muitas delas não eram para mim.
A sensação de "apoderamento" do meu "eu" me trouxe um novo horizonte e uma consciência de que o ditado "juntas somos mais fortes" não se aplica entre mulheres que se vestem de sucesso e tropeçam naquelas que se vestem de fama. Conselhos óbvios: Arrume-se para você! Seja sua melhor companhia! Presenteie-se com flores! Viva esse relacionamento com você mesma, se jogue! Se alguém te elogiar (sem bajular), agradeça com um "eu também me gosto". O amor é próprio, não é propriedade nem moeda de troca.
#perolasdachica
Quando as mulheres se unem e se apoiam, elas se fortalecem e podem alcançar seus objetivos de forma mais eficaz. É importante celebrar a diversidade e reconhecer o valor de cada mulher, ao invés de nos compararmos e competirmos entre nós. Ao apoiar umas às outras, contribuímos para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.
Dica de leitura