Publicado em 29/08/2024 as 5:00pm
Coluna Saúde da Mulher: Doença Mental - Vencendo os preconceitos
Fonte: Por Lídia Ferreira
A depressão é uma das doenças mais comuns do mundo moderno. Os números são assustadores, pois a depressão equivale a 99% das doenças mentais. Mas como é possível vencer o preconceito e encontrar apoio é a pergunta que muitos profissionais se fazem.
Nos Estados Unidos, 1 em cada 5 pessoas sofrem de doença mental por ano. Isso equivale a mais de 43 milhões de pessoas, sendo que cerca de 43% das pessoas afetadas são adolescentes entre 13 a 18 anos de idade, ou seja (21% da população). Metade das doenças mentais se apresentam em adolescentes de 14 anos, porém infelizmente, na maioria das vezes esses adolescentes não recebem um diagnóstico adequado na fase inicial da doença.
Lamentavelmente a nossa sociedade ainda trata a doença mental como um “problema a não ser enfrentado de frente” não dando a devida importância a prevenção e tratamento. Medidas de educação e apoio às famílias das pessoas atingidas pela doença mental ainda necessitam abranger as estratégias que regulam e direcionam os programas e acesso para capacitação de profissionais de saúde mental, assim como aos educadores.Os professores necessitam receber orientação profissional para poder identificar quando um aluno(a) apresenta sinais de que está sofrendo emocionalmente mas que possivelmente ainda não recebeu uma avaliação psicológica. Milhares de famílias estão sofrendo porque não recebem apoio que as capacitem a como lidar com o(a) filho(a) que luta contra uma doença mental grave.
A saúde mental é fundamental para todos, para isso é necessário manter o diálogo para que possamos ter mentes abertas para vencer o estigma que envolve o preconceito e a falta de informação prejudicando assim milhões de pessoas que não escolheram estarem doentes, nem por causa disso são menos do que ninguém.
Doença mental não é falta de caráter, não é fraqueza e sim doença, como a diabetes e a hipertensão também. A depressão de uma mulher não é frescura, um homem esquizofrênico não é um “imprestável ou mal caráter”, ele é um homem que sofre de uma doença incurável, mas que pode ter a chance de ter uma vida produtiva se receber tratamento adequado de qualidade. No entanto, acabar com a marginalização de pessoas que sofrem de alguma doença mental se caracteriza um fator de urgência, pois a discriminação e o preconceito de muitos só contribuem para impedir a valorização da vida e do direito de viver intensamente toda a capacidade humana de: produzir, de criar, de conviver, de exercer o papel como ser humano como qualquer outro.
Impedir alguém portador de doença mental ao acesso médico é o mesmo que dizer para uma criança, você não tem o direito de receber atendimento quando ao fraturar o braço enquanto brincava e ficar aguardando ver as sequelas que podem acarretar problemas para uma vida inteira.
Ter preconceito com alguém que sofre de doença mental sem fazer nada para ajudar efetivamente, é o mesmo que ver alguém agonizando após ser atropelado no meio da rua e ficar olhando sem dar assistência devida, como o simples ato de chamar por socorro. Fingir que a doença mental é coisa para poucos, ou para “os ricos” é o mesmo que ver um idoso morrendo pela a falta de um medicamento e achar que aquela pessoa “merece” sofrer pois a sua condição se deve a “algo” que está “pagando” nessa vida. Viver na ignorância sobre questões relacionadas à saúde mental é o mesmo que ouvir um bebê chorando e não entender que é preciso aprender que aquela criança está tentando se comunicar pois não tem capacidade ainda de sequer compreender o que tanto precisa, como: cuidado, amor, proteção, aceitação e compreensão.
Existe uma diferença em estar triste, ser uma pessoa triste e a tristeza da “alma” que persegue por mais que seja feita o que for possível para se livrar desse sentimento. Muitas pessoas descrevem se sentirem como se convivessem com uma dor indescritível que as levam a conviver com pensamentos e sensações que atormentam a mente, mesmo quando tudo ao redor diga o contrário.
A depressão está associada com as seguintes doenças: depressão pós-parto, distúrbio bipolar, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), e o suicídio.
Outro motivo de grande preocupação, segundo a Organização Mundial da Saúde, é o aumento de casos de transtornos alimentares como: a anorexia, bulimia, comer compulsivo (binge eating). A OMS afirma que existe uma importância na prevenção que inicia na compreensão dos primeiros sintomas. Como, mais uma vez, os transtornos alimentares afetam principalmente jovens e adolescentes, é necessário apoiar e encaminhar, o quanto antes, ao médico para receber tratamento evitando assim o agravamento do estado que pode levar a doenças físicas ainda mais graves.
Os profissionais da área da saúde enfatizam a necessidade de atentarmos aos cuidados de prevenção e melhorias ao acesso e tratamento aos pacientes, que necessitam encontrar um equilíbrio para uma vida mais feliz e produtiva. O segredo é não sofra sozinho, mas buscar ajuda.