Publicado em 6/10/2024 as 3:00pm
Coluna Arilda Costa: Sobrevivendo a fúria do furacão Helene
Tive a infelicidade de viver o furacão Helene na Carolina do Norte na cidade de...
Tive a infelicidade de viver o furacão Helene na Carolina do Norte na cidade de Hendersonville, no dia 25 de setembro. Foi uma experiência traumática que nunca esquecerei.
No início, não parecia tão ruim. Os ventos começaram a soprar e recebemos alertas no celular. Pensei que seria apenas uma forte tempestade para ficar em casa. Mas logo as árvores balançavam e as janelas vibravam. O medo cresceu, mas não sabia o que estava por vir. Certamente não estávamos preparados pelo que depois se revelou. O que os Americanos chamam de "uma tempestade perfeita".
À medida que o furacão se aproximava, a chuva pesada e o vento forte me mantiveram acordada na madrugada. O barulho era assustador. O vento uivava e as janelas estalavam. Tive medo de que a casa não aguentasse.
A tempestade durou algumas horas e as consequências foram devastadoras:
- Mais de 150 mortes e milhares desaparecidos
- Ventos de até 220 km/h
- Chuvas de até 300 mm em algumas áreas
- Milhares de casas inundadas, destruídas ou danificadas
- Região sem água potável e eletricidade
O furacão Helene mostrou a força da natureza e a resiliência da comunidade. As pessoas se uniram para ajudar umas às outras e foi bonito observar e vivenciar a solidariedade de todos.
Vizinhos e estranhos ajudando uns aos outros, igrejas e pontos de apoio começaram rapidamente a apoiar a população com doações de comida, água e itens de higiene.
A tragédia maior está nas pessoas que perderam a vida e centenas que continuam ainda desaparecidas. Os turistas em alugueres nas montanhas estavam entre os encurralados e em pânico, e centenas – senão milhares – de residentes viram as suas casas inundadas ou arrastadas pelas águas das cheias. Estando tão longe da costa, poucos moradores locais foram evacuados.
Além das "Carolinas" Norte e Sul, o furacão afetou a Flórida, Geórgia e Tennessee. Outros países, como Honduras, México e Cuba, também sofreram inundações e danos.
Os prejuízos estimados são de US$ 20-34 bilhões. A experiência ensinou-me que não temos muito controle quando se trata da fúria da natureza. Creio que o pior já passou.