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Publicado em 26/10/2024 as 1:00pm

Diretor Flávio Ermírio se destaca em premiações internacionais

"A Casa da Árvore", seu primeiro longa, recebeu prêmios em Nova Iorque, Los Angeles e foi exibido no Mercado de Cannes 2024.


Apesar de jovem, Flávio Ermírio, de 34 anos, já acumula uma década de experiência no teatro e no cinema, áreas nas quais encontrou o equilíbrio entre o amor pela literatura, pelas artes visuais e pela dramaturgia. Esse movimento resultou em sucesso entre críticos e premiações internacionais pelo seu primeiro longa, "A Casa da Árvore". Guiado pela vontade de aceitar novos desafios, Flávio vem ganhando prestígio após ter o filme premiado e ser o único diretor brasileiro no Chelsea Film Festival de Nova Iorque, realizado em outubro de 2023. Na ocasião, a obra conquistou a categoria "Melhor Atriz". Em 2024, o filme de Ermírio se destacou no Showcase Blood Window do Marché du Film, em Cannes. O longa fez parte da seleção ao lado de outros seis filmes latino-americanos, nos quais foram exibidos trailers de 7 minutos de duração, seguidos por breves comentários dos diretores.

Ainda em 2024, Ermírio será destaque pelo segundo ano consecutivo no festival de cinema brasileiro nos Estados Unidos, o Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF), que acontece entre 4 e 7 de novembro. Ele apresentará o curta-metragem "Margem", que aborda as perdas enfrentadas durante a pandemia de COVID-19. Sua primeira participação no LABRFF foi em outubro de 2023, quando concorreu na categoria "Melhor Longa-Metragem" com o filme "A Casa da Árvore", premiação realizada na capital californiana e que reuniu os principais destaques da indústria do cinema naquele ano, com grandes produções como "O Sequestro do Voo 375" e "Nosso Sonho".

Durante a pandemia de COVID-19, Flávio teve a produção de uma de suas peças de teatro cancelada. Com o sentimento de frustração, reuniu um grupo de amigos, atores e cineastas e idealizou o atual projeto. Assim, nasceu "A Casa da Árvore", filme com orçamento abaixo do esperado para um longa-metragem (US$ 40 mil). O filme conta a história de Dora, uma bióloga de 45 anos que vive em uma casa isolada no meio da floresta e lidera uma pesquisa eticamente questionável. "A forma de conduzir a história tem um ritmo, uma estética de atuação e uma trilha sonora que ajudam a construir essa narrativa", comenta Flávio.

Depois do término das gravações e edições em 2022, o projeto venceu um edital de finalização da SPcine e ganhou visibilidade entre profissionais do cinema, incluindo a A2 Filmes, empresa responsável pela distribuição do filme. Com as indicações a festivais internacionais, Flávio se sente realizado: "O mundo do cinema é muito difícil de entrar. O Chelsea e o LABRFF são festivais conhecidos e sérios, que vão abrir portas para muitas conexões. Eles validam a qualidade do filme. Agora, tenho certeza que todo esforço valeu a pena", enfatiza.

Quando tudo começou

O início da carreira de Flávio se deu após a escrita de contos e a participação em diversas oficinas de Escrita Criativa. Pouco tempo depois, o diretor conheceu vários grupos de teatro em São Paulo, formados por atores ambiciosos à procura de textos para serem roteirizados. Foi então que, em 2013, Flávio decidiu abrir sua primeira produtora, chamada Operahaus, na capital paulista. Nela, Ermírio retribuiu as oportunidades obtidas em cursos livres e disponibilizou estudos cinematográficos, como a introdução básica ao cinema.

Já em 2014, o diretor se mudou para Nova Iorque, onde concluiu o curso de roteiro para televisão e cinema pela New York University. Com influências de diretores estadunidenses renomados como David Fincher, e referências nacionais como Marcelo Gomes, Sérgio Machado e Anna Muylaert, Flávio destaca o impacto desses cineastas e enfatiza a perspectiva de mudança e impacto social que a dramaturgia proporciona, características presentes e visíveis em suas obras, como os curtas "Todo Coração", "Culto Pessoal" e "Impenetrável". "Sempre trabalhei com a ideia de cinema de impacto. São obras de ficção que dialogam com algum tema social, que têm uma preocupação em reduzir a desigualdade e fazer provocações sociais", finaliza.

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