Publicado em 17/12/2024 as 8:30pm
Coluna Cataldi: Festival de cinema celular de NY leva brasileiros a Cannes
O programa inédito, (worskshop + festival), criado pelo cineasta Karl Bardosh e patrocinado...
O programa inédito, (worskshop + festival), criado pelo cineasta Karl Bardosh e patrocinado por um grupo de agências e apoiadores culturais americanos, proporcionou a 11 brasileiros, vagas gratuitas para o sonho de deixar sua marca na “telona” do mais desejado Festival do mundo.
O renomado diretor já implementou a modalidade de curta metragem gravado inteiramente em celular em diversos países, porém, por coincidência, foi a executar um filme sobre o cineasta brasileiro Arnon Dantas— que vivia entre Miami e o Rio de Janeiro —que lhe surgiu a idéia de criar cinema usando telefones celulares. Isso, muito antes da criação dos SmartPhones.Vale ressaltar, que juntamente com a revolução causada pelo primeiro Iphone em 2011, a explosão das redes sociais, que hoje ditam nosso estilo de vida, democratizaram a forma de criar cinema.
O festival aconteceu em outubro e novembro, e os aprendizes criaram curta-metragens que foram submetidos a um júri internacional. O voto popular e o evento de premiação ocorreram no programa da apresentadora brasileira Liza Andrews, na TV americana, com transmissão simultânea (pelo Premiére do show) para o restante do mundo.
Foram onze finalistas e pela primeira vez, em vinte anos de experiência do diretor fazendo o concurso, a maioria dos candidatos foram mulheres acima de 35 anos. A exibição virtual para o voto popular atraiu mais de sete mil pessoas, e teve quase dois mil votos. A diretora campeã na escolha do público foi Vera Santana, Presidente da GAFFA USA, Inc— uma fundação de apoio às famílias de autistas. O júri oficial, formado em sua maioria por cineastas, editores, documentaristas e profissionais de áreas criativas— escolheu os três melhores filmes para representar o Brasil no Festival Marche Du Film em Cannes. O terceiro lugar foi para Angelita de Paula, Presidente da Fraternidade Sem Fronteiras USA, com o filme “Mães no Campo,” que belamente retrata uma de suas missões ajudando mulheres na África. O segundo foi para Cláudia de Lima, empresária, pelo filme “Verdades Fatais.” Na obra, a diretora relatou a história pessoal de sua adoção, por um ângulo inusitado, questionando as justificáveis mentiras. E a grande vencedora foi a chef Gislaine Murgia, pelo filme “A Vida em Azul.” Uma história emocionante e inspiradora de como a diretora usou o vício em comida como escape, e como venceu a obesidade de risco através da psicologia do autoconhecimento e do amor próprio.
Estes brasileiros jamais tinham feito um filme antes. Possuíam um sonho e uma idéia, e o festival proveu o apoio para a criação dos filmes. E você, tem uma ótima história?
Claudia Cataldi é Jornalista, Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais