Publicado em 2/02/2025 as 11:30am
Coluna Cataldi: Agentic AI: a nova revolução
Você já ouviu falar em Agentic AI? Talvez o termo ainda não lhe seja familiar, mas essa...
Você já ouviu falar em Agentic AI? Talvez o termo ainda não lhe seja familiar, mas essa tecnologia está prestes a transformar a maneira como nos relacionamos com as máquinas e o mundo ao nosso redor. Imagine sistemas de inteligência artificial capazes não apenas de executar tarefas sob comando, mas também de agir de forma independente, como verdadeiros "agentes" capazes de tomar decisões, antecipar problemas e propor soluções sem a necessidade de supervisão constante. Parece coisa de ficção científica, mas a Agentic AI já é uma realidade em desenvolvimento e promete revolucionar áreas como saúde, logística, educação e até mesmo o meio ambiente.
Diferentemente das inteligências artificiais convencionais, que apenas reagem a comandos ou seguem padrões programados, a Agentic AI é projetada para compreender contextos, aprender com novas situações e agir proativamente. Em outras palavras, ela é capaz de analisar informações em tempo real, identificar oportunidades ou ameaças e decidir o melhor curso de ação sem esperar por uma ordem direta. Pense, por exemplo, em um sistema hospitalar que não apenas monitora pacientes, mas também identifica sinais de emergência, ajusta tratamentos e mobiliza equipes antes mesmo que um médico perceba o problema. Ou em sistemas de transporte capazes de reorganizar rotas instantaneamente para evitar atrasos e reduzir custos com base em condições meteorológicas ou trânsito.
Mas como funciona essa autonomia? A Agentic AI se baseia em três pilares principais: a autonomia, que permite à inteligência artificial operar sem depender de instruções humanas constantes; a adaptação, que possibilita o aprendizado com novas informações e a modificação de seu comportamento em tempo real; e a proatividade, que faz com que a tecnologia não apenas reaja, mas também antecipe cenários e tome iniciativas. Tudo isso é sustentado por algoritmos avançados e por uma capacidade impressionante de processar grandes volumes de dados em alta velocidade.
Por trás dessa promessa, no entanto, também existem desafios. O principal deles é a ética: quem será responsável por uma decisão tomada por uma máquina que age de forma independente? Essa questão ganha ainda mais relevância em contextos críticos, como diagnósticos médicos ou intervenções de segurança pública. Além disso, a transparência dessas decisões é um ponto delicado. Se as escolhas de uma IA forem difíceis de entender ou explicar, como confiar em suas ações? Isso pode gerar insegurança, tanto entre os usuários quanto entre as organizações que pretendem implementar a tecnologia.
Ainda assim, os benefícios potenciais da Agentic AI são inegáveis. Imagine sua aplicação na preservação ambiental, com sistemas que monitoram florestas e oceanos, detectam ameaças como desmatamento ou pesca ilegal e agem de imediato para mitigá-las. Ou em escolas, onde sistemas inteligentes personalizam a aprendizagem de cada aluno, ajustando o conteúdo conforme suas necessidades e ritmos de aprendizado. Até mesmo no setor logístico, a Agentic AI pode prever gargalos em cadeias de suprimentos e reorganizar processos para evitar prejuízos antes que eles ocorram.
A questão central é: como garantir que essa tecnologia seja usada para o bem comum? A governança e a regulamentação precisam acompanhar seu desenvolvimento para evitar que a autonomia das máquinas ultrapasse os limites éticos e de segurança. Afinal, uma ferramenta tão poderosa deve ser utilizada de forma responsável, priorizando o impacto positivo na sociedade e respeitando os valores humanos. A Agentic AI não é apenas uma evolução da inteligência artificial; ela representa um novo paradigma, em que máquinas e humanos podem colaborar de maneira mais profunda e eficiente.
Por mais desafiador que pareça, o futuro da Agentic AI é promissor. Ela nos convida a repensar o papel das máquinas, não mais como simples ferramentas, mas como parceiras ativas em nossos desafios mais complexos. Seja na criação de soluções para problemas globais ou na melhoria do nosso cotidiano, essa tecnologia tem o potencial de amplificar o que há de melhor em nossa humanidade. E você, está pronto para esse novo capítulo da revolução tecnológica?
Claudia Cataldi é Mestre em Ciência Política, formada em Tecnologia em Processamento de Dados e Especialista em Governança e Compliance