Publicado em 9/02/2025 as 11:30am
Coluna Cataldi: Pensar que a falsificação é apenas um reflexo da pirataria e do consumo ilegal é um erro
Pensar que a falsificação é apenas um reflexo da pirataria e do consumo ilegal é um erro....
Pensar que a falsificação é apenas um reflexo da pirataria e do consumo ilegal é um erro. No mundo da moda, ela também pode ser uma ferramenta de subversão, um manifesto contra o elitismo e a obsessão pela exclusividade. Trevor Gorji entendeu isso como ninguém – e fez da sátira à indústria do luxo um império multimilionário.
O Empresário é, sem dúvida, um dos maiores provocadores da moda atual. Construiu a Fugazi não apenas como uma marca, mas como um movimento que desafia a autenticidade e a exclusividade da indústria de luxo. Abraçando o conceito de falsificação desde o início, Gorji abriu sua primeira loja na Canal Street, o epicentro das falsificações em Nova York, e transformou sua marca em um império multimilionário.
O nome Fugazi vem de uma gíria americana para "falso", e Gorji sempre jogou com essa ideia. Em suas provocações, ele fingiu sua própria prisão no Dia da Mentira, satirizando o conceito de pirataria e propriedade intelectual. Além disso, ele criou uma versão 100 vezes maior da icônica bolsa Birkin da Hermès cujo preço pode atingir os 8 dígitos, estampando nela "MADE IN CHINA", zombando da obsessão por exclusividade no mercado de luxo.
Com essa abordagem irreverente, o jovem e bem sucedido empresário desconstrói a ideia do que é autêntico e transforma o plágio em arte. Ele não apenas criou uma marca de streetwear bem-sucedida, mas um movimento cultural que desafia as regras da moda e continua a virar a indústria de cabeça para baixo.
Então, se um dia você estiver caminhando pela Canal Street, em Nova York, cercado por bolsas, tênis e relógios de luxo "alternativos", lembre-se: nem tudo o que parece falso realmente é. Às vezes, pode ser a nova grande revolução da moda.