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Publicado em 23/02/2025 as 7:00pm

Mês da Consciência Negra: Uma Ponte entre os Estados Unidos e o Brasil

Ao longo do mês de fevereiro, comunidades em todo os Estados Unidos se reuniram para honrar o...


Ao longo do mês de fevereiro, comunidades em todo os Estados Unidos se reuniram para honrar o “Mês da Consciência Negra”, um período dedicado a reconhecer as contribuições significativas e a resiliência duradoura dos afro-americanos ao longo da história. Para nós,  brasileiros residentes nos Estados Unidos, esta celebração tem uma importância profunda, construindo laços culturais entre nossa terra natal e nosso lar atual.

Nos Estados Unidos, o Mês da Consciência Negra, evoluiu a partir da "Semana da História do Negro", estabelecida em 1926 por Carter G. Woodson, um renomado historiador, acadêmico e educador afro-americano. Woodson, frequentemente referido como o "Pai da História Negra", era movido pela crença de que a história dos afro-americanos estava sendo negligenciada e mal representada nas narrativas históricas predominantes. Ele escolheu a segunda semana de fevereiro para coincidir com os aniversários de duas figuras fundamentais na luta contra a escravidão: Frederick Douglass e Abraham Lincoln. 

Em 1976, durante as celebrações do bicentenário americano, o presidente Gerald Ford reconheceu oficialmente o Mês da Consciência Negra, incentivando os americanos a "aproveitar a oportunidade para homenagear as realizações muitas vezes negligenciadas dos americanos negros em todas as áreas de atuação ao longo da nossa história." 

Já o Brasil, com sua própria história profundamente entrelaçada de escravidão, aboliu a prática muito mais tarde que os Estados Unidos, em 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel. Este pano de fundo histórico deixou um impacto duradouro na sociedade brasileira, evidente em sua rica cultura afro-brasileira e nos desafios sociais persistentes enfrentados pelos negros brasileiros hoje. 

Embora o Brasil não costumasse oficialmente celebrar o Mês da Consciência Negra em fevereiro, em recente viagem ao Rio de Janeiro este mês, fiquei feliz em ver a estação de metrô de Botafogo com suas paredes cobertas de posters homenageando brasileiros da raça negra que contribuíram para diversos segmentos profissionais, incluindo as artes, a música, e a literatura.  

Nosso país oficializou o dia 20 de novembro como o grande "Dia da Consciência Negra". Esta data foi escolhida por representar a morte de Zumbi dos Palmares, uma figura lendária e líder do Quilombo que leva o seu nome, uma comunidade de escravos fugitivos. A data serve como um dia de reflexão e celebração da cultura afro-brasileira, suas conquistas e a luta contínua pela igualdade racial. 

Celebrando o Mês da História Negra nos Estados Unidos

Para os expatriados brasileiros nos Estados Unidos, o Mês da Consciência Negra oferece uma oportunidade de se engajar com a narrativa afro-americana enquanto refletem sobre seu próprio patrimônio cultural.

Em todo o país, eventos como workshops educacionais, exposições de arte, palestras e exibições de filmes são organizados para homenagear o rico mosaico da história negra e sua influência contínua na sociedade contemporânea. 

Essas celebrações servem como um lembrete das histórias compartilhadas de resistência e resiliência entre afro-americanos e afro-brasileiros. Elas destacam os temas universais da luta pela liberdade, justiça e igualdade, ressoando com as experiências de muitos brasileiros que enfrentaram desafios semelhantes. 

Para os novatos, aqui chegando, é também uma forma de entrosamento que poderá gerar amizades e conexões profissionais com mentes afins.

Construindo Pontes Através de Nossas Histórias Compartilhadas

A celebração do Mês da História Negra nos Estados Unidos é um espelho do que vivemos e sentimos, uma vez que incentiva os expatriados brasileiros a explorar e apreciar as narrativas diversas dentro da diáspora africana. As celebrações e homenagens promovem um sentimento de solidariedade e propósito compartilhado, construindo pontes culturais e promovendo o entendimento mútuo entre as duas nações. 

Ao participar do Mês da História Negra, as comunidades brasileiras nos EUA não apenas honram o legado dos afro-americanos, mas reconhecem suas próprias contribuições para a narrativa global da história negra.

Esse engajamento constrói pontes entre o passado e presente, honrando o legado daqueles que abriram o caminho para um futuro mais inclusivo e equitativo. Pode até mesmo impactar em decisões políticas —a curto e longo prazo—pois fornece uma plataforma para o diálogo. Não deixe de participar, compartilhar suas perspectivas e experiências únicas, e enriquecer um discurso mais amplo sobre raça e identidade. Os eventos semanais de cada cidade são divulgados online. 

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