Publicado em 3/11/2008 as 12:00am
Final emocionante ratifica novo status de Massa na Fórmula 1
De subestimado a um dos protagonistas de uma das maiores disputas de todos os tempos pelo título da Fórmula 1
De subestimado a um dos protagonistas de uma das maiores disputas de todos os tempos pelo título da Fórmula 1. O brasileiro Felipe Massa não levou o Mundial por algumas curvas, mas deixou o autódromo José Carlos Pace como um nome a ser respeitado na categoria principalmente pela força psicológica que mostrou ao longo da temporada, inclusive no momento de maior sofrimento: a perda do título para o inglês Lewis Hamilton.
Em toda temporada, Massa precisou saber lidar com as críticas, viu seu nome virar motivo da chacota na imprensa internacional e entrou totalmente desacreditado na última prova devido aos sete pontos de diferença do inglês Lewis Hamilton na liderança do Mundial.
Mas a tranqüilidade mostrada durante a semana decisiva, somada à tradicional boa atuação de Massa em Interlagos como piloto da Ferrari, ajudou o brasileiro a ficar muito próximo do título. Ele chegou a ser campeão entre a 12ª e a 18ª voltas, e depois voltou a ser o dono do título a três voltas do final do GP Brasil, quando Hamilton caiu para o sexto lugar e Massa liderava.
Porém, nas últimas curvas da prova, o inglês da McLaren conseguiu a ultrapassagem sobre o alemão Timo Glock, da Toyota, e obteve os pontos suficientes para conquistar o Mundial. Hamilton terminou a temporada com 98 pontos, um a mais que o brasileiro, que levaria vantagem em caso de empate no número de pontos, pois tinha mais vitórias em 2008.
Mesmo com o vice, Massa saiu consagrado de Interlagos, sendo aplaudido pela torcida e elogiado pelos rivais. "Massa fez um fantástico trabalho hoje (domingo). Tenho de parabenizá-lo e foi muito bom duelar com ele em todo ano", explicou o novo campeão mundial. O segundo colocado do Mundial ganhou, inclusive, uma homenagem de seu time de futebol, o São Paulo, que vestiu uma camisa em alusão a Massa, antes da vitória sobre o Inter por 3 a 0, nesse domingo.
Após chorar no cockpit da Ferrari, o piloto de 27 anos evitou um discurso pessimista e mostrou calma para lidar com a perda de um título que esteve tão perto. "Às vezes as coisas acontecem para a gente crescer, às vezes as coisas parecem escritas para você e outras são mais difíceis. Hoje foi um dia de mais um aprendizado importante, mas saio daqui feliz. Estou muito orgulhoso", comentou.
Foi o fim de uma temporada, que serviu para o brasileiro afastar de vez as dúvidas que residiam sobre ele. Massa teve um início desastroso com os abandonos na Austrália e na Malásia. O próprio piloto reconheceu que ainda não sabe como explicar a saída em Sepang, quando era o segundo colocado e rodou sozinho em uma curva, parando na caixa de brita. "Até hoje, eu não sei o que aconteceu lá. O carro estava bom, tinha reduzido a potência do motor, estava só administrando, praticamente passeando, quando perdi a traseira", lembrou.
Após a prova asiática, o piloto foi alvo de muitas críticas da imprensa italiana, além de ver Fernando Alonso ser citado como nome certo na Ferrari em 2009, justamente para a sua vaga, por jornais espanhóis.
Para ele, muitos ainda duvidavam de seu verdadeiro potencial, resultado principalmente do início tumultuado na F-1 em 2002, quando correu pela Sauber. "Fui subestimado pelo meu começo. Cometi erros normais, mas as pessoas me questionavam. Se eu fosse piloto de teste, como fui em 2003 (da Ferrari), talvez tivesse sido diferente. Mas isso também fez com que eu crescesse e fizesse a pessoa que sou hoje", analisou.
Mas a recuperação foi rápida com a vitória no Bahrein, aliviando assim o brasileiro. "Após as duas primeiras provas, fui massacrado e a equipe sempre me respaldou. Este apoio foi muito importante", explica o piloto, que comprovaria a reação com três pódios seguidos (segundo na Espanha, vitória na Turquia e terceiro em Mônaco), o quinto lugar no Canadá e mais uma vitória, agora na França, que colocou Massa pela primeira vez na liderança.
A alegria de um brasileiro na primeira posição do Mundial de Pilotos após 13 anos, porém, durou apenas uma prova. Na Inglaterra, o brasileiro teve uma atuação desastrosa e Hamilton assumiu a ponta, que manteve até o final. A partir daí, o que se viu foi um sobe-e-desce constante do brasileiro.
Ele foi segundo na Alemanha, mas sofreu o maior revés na Hungria, quando liderava a prova com folga e abandonou a apenas três voltas do final. "O golpe mais forte foi na Hungria. Estava com a corrida no bolso, passeando já com o braço para fora, quando quebrou o motor", recordou o piloto, que voltou chorando para os boxes. Mas ele teve força para reagir, esquecer o golpe e vencer com autoridade em Valência.
Após a vitória herdada na Bélgica, com a polêmica punição dada a Hamilton, que vencera na pista, Massa estava a apenas dois pontos do inglês. Mas, neste momento, o brasileiro sofreu outro baque em Cingapura, quando um mecânico falhou no reabastecimento e o piloto levou consigo a mangueira de combustível. A vitória certa foi perdida. "São erros que acontecem e não vou culpar ninguém", dizia o brasileiro, sempre mantendo a postura leal à equipe.
O tropeço não foi suficiente para derrubar Massa, que cruzou a linha de chegada em Interlagos como o detentor do título mundial, mas que acabou escapando segundos depois, quando Hamilton ultrapassou Glock e terminou a corrida na quinta posição. Mesmo assim, o brasileiro manteve a elegância, evitou desculpas e jogar a responsabilidade sobre outras pessoas.
"Eu cresci muito. Foram as experiências próprias que tive. Tudo que aconteceu não foi a primeira vez, e também tenho uma equipe que sempre que errei, eles me deram 100% apoio", avaliou Massa, que lembrou. "O esporte é assim. Acabou de uma forma um pouco difícil para os brasileiros que imaginavam um campeonato de outra forma. Mas eu saio daqui de cabeça erguida".
Em toda temporada, Massa precisou saber lidar com as críticas, viu seu nome virar motivo da chacota na imprensa internacional e entrou totalmente desacreditado na última prova devido aos sete pontos de diferença do inglês Lewis Hamilton na liderança do Mundial.
Mas a tranqüilidade mostrada durante a semana decisiva, somada à tradicional boa atuação de Massa em Interlagos como piloto da Ferrari, ajudou o brasileiro a ficar muito próximo do título. Ele chegou a ser campeão entre a 12ª e a 18ª voltas, e depois voltou a ser o dono do título a três voltas do final do GP Brasil, quando Hamilton caiu para o sexto lugar e Massa liderava.
Porém, nas últimas curvas da prova, o inglês da McLaren conseguiu a ultrapassagem sobre o alemão Timo Glock, da Toyota, e obteve os pontos suficientes para conquistar o Mundial. Hamilton terminou a temporada com 98 pontos, um a mais que o brasileiro, que levaria vantagem em caso de empate no número de pontos, pois tinha mais vitórias em 2008.
Mesmo com o vice, Massa saiu consagrado de Interlagos, sendo aplaudido pela torcida e elogiado pelos rivais. "Massa fez um fantástico trabalho hoje (domingo). Tenho de parabenizá-lo e foi muito bom duelar com ele em todo ano", explicou o novo campeão mundial. O segundo colocado do Mundial ganhou, inclusive, uma homenagem de seu time de futebol, o São Paulo, que vestiu uma camisa em alusão a Massa, antes da vitória sobre o Inter por 3 a 0, nesse domingo.
Após chorar no cockpit da Ferrari, o piloto de 27 anos evitou um discurso pessimista e mostrou calma para lidar com a perda de um título que esteve tão perto. "Às vezes as coisas acontecem para a gente crescer, às vezes as coisas parecem escritas para você e outras são mais difíceis. Hoje foi um dia de mais um aprendizado importante, mas saio daqui feliz. Estou muito orgulhoso", comentou.
Foi o fim de uma temporada, que serviu para o brasileiro afastar de vez as dúvidas que residiam sobre ele. Massa teve um início desastroso com os abandonos na Austrália e na Malásia. O próprio piloto reconheceu que ainda não sabe como explicar a saída em Sepang, quando era o segundo colocado e rodou sozinho em uma curva, parando na caixa de brita. "Até hoje, eu não sei o que aconteceu lá. O carro estava bom, tinha reduzido a potência do motor, estava só administrando, praticamente passeando, quando perdi a traseira", lembrou.
Após a prova asiática, o piloto foi alvo de muitas críticas da imprensa italiana, além de ver Fernando Alonso ser citado como nome certo na Ferrari em 2009, justamente para a sua vaga, por jornais espanhóis.
Para ele, muitos ainda duvidavam de seu verdadeiro potencial, resultado principalmente do início tumultuado na F-1 em 2002, quando correu pela Sauber. "Fui subestimado pelo meu começo. Cometi erros normais, mas as pessoas me questionavam. Se eu fosse piloto de teste, como fui em 2003 (da Ferrari), talvez tivesse sido diferente. Mas isso também fez com que eu crescesse e fizesse a pessoa que sou hoje", analisou.
Mas a recuperação foi rápida com a vitória no Bahrein, aliviando assim o brasileiro. "Após as duas primeiras provas, fui massacrado e a equipe sempre me respaldou. Este apoio foi muito importante", explica o piloto, que comprovaria a reação com três pódios seguidos (segundo na Espanha, vitória na Turquia e terceiro em Mônaco), o quinto lugar no Canadá e mais uma vitória, agora na França, que colocou Massa pela primeira vez na liderança.
A alegria de um brasileiro na primeira posição do Mundial de Pilotos após 13 anos, porém, durou apenas uma prova. Na Inglaterra, o brasileiro teve uma atuação desastrosa e Hamilton assumiu a ponta, que manteve até o final. A partir daí, o que se viu foi um sobe-e-desce constante do brasileiro.
Ele foi segundo na Alemanha, mas sofreu o maior revés na Hungria, quando liderava a prova com folga e abandonou a apenas três voltas do final. "O golpe mais forte foi na Hungria. Estava com a corrida no bolso, passeando já com o braço para fora, quando quebrou o motor", recordou o piloto, que voltou chorando para os boxes. Mas ele teve força para reagir, esquecer o golpe e vencer com autoridade em Valência.
Após a vitória herdada na Bélgica, com a polêmica punição dada a Hamilton, que vencera na pista, Massa estava a apenas dois pontos do inglês. Mas, neste momento, o brasileiro sofreu outro baque em Cingapura, quando um mecânico falhou no reabastecimento e o piloto levou consigo a mangueira de combustível. A vitória certa foi perdida. "São erros que acontecem e não vou culpar ninguém", dizia o brasileiro, sempre mantendo a postura leal à equipe.
O tropeço não foi suficiente para derrubar Massa, que cruzou a linha de chegada em Interlagos como o detentor do título mundial, mas que acabou escapando segundos depois, quando Hamilton ultrapassou Glock e terminou a corrida na quinta posição. Mesmo assim, o brasileiro manteve a elegância, evitou desculpas e jogar a responsabilidade sobre outras pessoas.
"Eu cresci muito. Foram as experiências próprias que tive. Tudo que aconteceu não foi a primeira vez, e também tenho uma equipe que sempre que errei, eles me deram 100% apoio", avaliou Massa, que lembrou. "O esporte é assim. Acabou de uma forma um pouco difícil para os brasileiros que imaginavam um campeonato de outra forma. Mas eu saio daqui de cabeça erguida".
Fonte: (UOL)