Publicado em 18/10/2016 as 8:00pm
Com seis clubes brasileiros em 2017, Florida Cup une futebol e marketing nos EUA
Atual campeão, o Atlético será o primeiro entre os brasileiros a entrar em campo
A crise financeira que assola os clubes brasileiros faz com que a pré-temporada deixe de ser apenas um período de treinos e se torne também uma forma de fazer renda, direta e indiretamente, por meio de ações de marketing. Dentro deste contexto, a Florida Cup desponta como um torneio em que as equipes conseguem se preparar bem para o ano e fazer caixa. E a competição terá novidades em 2017.
Em setembro, os organizadores da Florida Cup anunciaram que o torneio será disputado de duas formas distintas com 14 equipes, seis delas brasileiras: Corinthians, São Paulo, Flamengo, Atlético, Internacional e Vasco.
O primeiro a entrar em campo será o Atlético, no dia 11 de janeiro. Em seguida jogam Flamengo, Corinthians, Vasco, São Paulo e Internacional. Atlético e Flamengo vão disputar um torneio de grupos contra equipes alemãs e norte-americanas. Cada vitória valerá um ponto para o país. No caso dos Estados Unidos, os representantes serão o Tampa e um time que ainda não foi definido.
Já as demais equipes farão um mata-mata. São Paulo e Internacional estão na mesma chave, enquanto que Corinthians e Vasco ficam do outro lado. Assim, será possível, por exemplo, ter São Paulo e Corinthians em uma final.
No total, a competição, que será televisionada para 170 países, vai gerar entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões (de R$ 64 milhões a R$ 96 milhões). Os clubes não terão qualquer custo durante o torneio e ainda receberão pela participação. O valor varia, mas pode chegar perto de R$ 1 milhão.
"Quanto mais engajado o clube estiver em estimular e monetizar suas propriedades, mais dólares ele conseguirá. Os próprios clubes têm a oportunidade de realizar ações em solo americano, por exemplo com a venda de produtos oficiais", explicou Ricardo Silveira, sócio-fundador da empresa que organiza o torneio.
Os organizadores do evento usam a imagem dos clubes e esses podem aproveitar o fato de estar em solo americano para buscar maior visibilidade internacional, novos torcedores e possíveis patrocinadores. "Nos propicia intercâmbio e ações de marketing junto com o nosso torcedor local", disse Gustavo Herbetta, superintendente de marketing do Corinthians. "No aspecto esportivo, o futebol terá uma boa estrutura e um ambiente favorável para começar bem o ano", analisou o diretor executivo de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha.
Os organizadores do torneio devem passar a fazer duas edições por ano da competição. A segunda será em julho e deverá ter mais equipes da Europa e dos Estados Unidos. Existe a possibilidade de times brasileiros serem convidados, mas, como estará no meio da temporada nacional, a tendência é que fiquem de fora.
Pela primeira vez, o torneio contará com uma equipe chinesa. O Shanghai, onde jogam o brasileiro Hulk e o argentino Dario Conca, foi convidado, pois a organização visa também o mercado asiático. "O maior ganho dos clubes é o intercâmbio técnico e cultural com equipes do mundo todo. E existe uma abertura de novos mercados para negociação de atletas e exposição internacional da marca", disse Reinaldo Medrano, sócio-executivo da empresa que administra o torneio.
Fonte: Da redação