Publicado em 25/11/2017 as 8:00am
Paulistano pode ser o próximo brasileiro na NFL
No ano de 2014, o brasileiro Cairo Santos se tornou o primeiro e até hoje único brasileiro a atuar na NFL.
No ano de 2014, o brasileiro Cairo Santos se tornou o primeiro e até hoje único brasileiro a atuar na NFL. Mesmo dispensado pelo Kansas City Chiefs no início da temporada, ele voltará a atuar na liga pelo Chicago Bears. Enquanto isso, o país pode se animar com a possibilidade de um novo atleta na principal liga de futebol americano do mundo.
Rafael Gaglianone é quem está mais próximo disso e poderia entrar na NFL em 2019, já que tem mais uma temporada na NCAA além desta. Aos 22 anos, o kicker paulista vive o sonho de jogar por uma das universidades mais tradicionais do futebol americano (Wisconsin Badgers), que está invicto após 11 jogos no ano, liderando a conferência Big Ten e tendo a melhor campanha do esporte universitário junto com Alabama.
Desde 2014 em Wisconsin, Gaglianone se transformou em um consistente kicker, com 78% (55 de 70) de acerto nos seus field goals na carreira, incluindo 11 de 13 em 2017.
Mas quem fica sabendo de sua história sabe o quão difícil, talvez até improvável, foi ele chegar até onde chegou.
Gaglianone chegou aos Estados Unidos ainda adolescente através de um programa de intercâmbio esportivo da “2SV”, empresa especializada no ramo que “recruta” brasileiros para o país. Ele queria entrar nos EUA para jogar o futebol de bola redonda mesmo.
“Eu olhei a peneira e achei que ele estava um nível abaixo do futebol. Aí o pai insistiu e eu dei uma chance. No momento em que ele entrou, começou a se dedicar bastante. É uma história muito válida em relação à dedicação e comprometimento. Tudo é possível”, disse Ricardo Silveira, da 2SV, que acompanha a carreira de Gaglianone desde o início, ao ESPN.com.br.
Outra barreira impediu a continuação de Gaglianone no futebol: o peso. Mesmo nos dias de hoje, ele não tem o físico do típico kicker, pesando 105kg distribuídos por 1,80m, segundo sua ficha.
Mas em 2015 ele chegou a pesar 112kg como kicker dos Badgers. Mesmo assim, mantém número e eficiência excelentes nos seus chutes.
Mas em 2016, começou uma dieta. Seus pais o ensinaram a cozinhar salmão, tilápia e camarão. Ele parou de comer carboidratos depois das 16h e começou a beber água ao invés de refrigerante. “Obviamente não é a coisa mais fácil comer coisas que você não gosta de noite”, contou, à ESPN dos Estados Unidos.
“Depois do meu primeiro ano, eu estava acima do peso. Isso não é segredo. Todos podiam ver com as camisas justas. No ano passado (2015) eu escapei com as camisas mais largas. Então estava disposto a fazer tudo que me dissessem”, completou o brasileiro, que ficou abaixo dos 100kg em 2016.
Infelizmente uma lesão nas costas o fez ter apenas três aparições em 2016. E na sua ausência, os kickers de Wisconsin sofreram.
Mas ele deu a volta por cima e voltou a sua melhor forma dentro de campo nesta temporada, o que o faz sonhar com a NFL num futuro próximo.
“O sonho eu já estou vivendo, para falar a verdade. Ter a oportunidade de jogar diante de 80 mil pessoas já é especial. Estou muito grato, mas o foco é chegar na NFL”, disse.
Fonte: Redação - Brazilian Times