Coluna Esporte Total

Ferrari: “Gigante adormecida”

A escuderia mais famosa, tradicional e importante da história da Formula1 atingiu a marca de mil corridas disputadas, alcançando feito histórico com trajetoria vitoriosa. A legendária Ferrari atravessou eras, enfrentou problemas, superou incidentes graves e, principalmente, forjou uma série de campeões. Embora o momento atual nao seja dos melhores, o prestígio da equipe é altíssimo.

A Ferrari soma 31 títulos na Fórmula1. 16 de construtores e 15 de pilotos. Essa marca é para ser respeitada por todas as escuderias e competidores. Afinal, ferrarista é como torcedor de futebol, ele torce para a escuderia do “cavalinho empinado” e não para pilotos.  A cor vermelha e o símbolo do cavalo rompante são sinônimos de vitórias e de uma legião de fãs.

Enquanto pelo mundo afora milhares de pessoas apoiam pilotos, a Ferari cativa uma torcida pela própria equipe, nos moldes dos times de futebol. Os “Tifosi”, como são chamados, costumam lotar autódromos ( antes da pandemia ) com bandeiras e a expectativa de torcer pelo carro, e não pelo piloto. Essa relação de amor tão diferente é uma das responsáveis por fazer da equipe uma espécie de mito na Fórmula 1. Todos os pilotos sonham um dia vestir o macacão vermelho da escuderia de Maranello.

Década de glória da Ferrari

A Ferrari que já viveu nesses 70 anos de Fórmula 1, momentos inesquecíveis com pilotos incríveis, dominou os anos 2000. Voltando a ser grande e construindo um período hegemônico na categoria. Foram cinco títulos mundiais consecutivos de Michael Schumacher de 2000 a 2004, fora outro de Kimi Raikkonen em 2007 e um vice-campeonato com o brasileiro Felipe Massa, em 2008. A escuderia do “cavalinho rompante” voltou a ser temida e até certo ponto odiada pelas rivais, tanto pelo poderio competitivo como por decisões ( da equipe ) um tanto polêmicas sobre inversão de posições dos pilotos em corridas.

Se entre 2010 e 2013 a Red Bull dominou a categoria, de 2014 para cá so deu Mercedes.

Ferrari “agoniza nas pistas”

Os jornais italianos são os mais críticos da  escuderia vermelha. A imprensa italiana continua firme nas suas criticas à Ferrari por sua falta de competitividade. O CEO da Scuderia, Louis Camilleri disse que a imprensa italiana não está deixando que eles comecem a sair do buraco devido a enxurrada de criticas nos últimos anos. O GP da Toscana em Mugello marcou a milésima corrida de Fórmula 1 da Ferrari, e embora houvesse muito o que comemorar sobre seu passado, certamente não há nada para comemorar sobre seu presente.

Enquanto as outras equipes cresceram, a Ferrari está afundando cada vez mais em uma crise sem precedentes. Após a nona corrida da temporada, a Ferrari está em sexto lugar no Campeonato de Construtores. Eles estão 17 pontos atrás da Renault em quinto, e 259 pontos atrás da líder do Campeonato Mundial, a Mercedes.

A Ferrari reconhece plenamente que “eles estão em um buraco” afundando cada vez mais na crise. A decepção e a frustração dos “Tifosi” estão crescendo, especialmente porque ainda não há saída. Enquanto os fanáticos torcedores querem comemorar seu passado glorioso, a Mercedes domina a corrida na pista da escuderia. Qualquer clima festivo para a milésima corrida foi apagado imediatamente pela amargura deste catastrófico 2020.”

"Cavalinho Rompante” perde potência

O talentoso, jovem e brilhante Leclerc conseguiu saltar para a terceira posição nas primeiras voltas, mas durante a corrida foi perdendo potência juntamente com seu companheiro Vettel. Ao final ambos mostraram suas frustrações com o rendimento dos carros.

“Precisamos trabalhar mais junto a equipe para tentar entender essa oscilação na potência”, acrescentou Leclerc, “porque em algumas corridas, não somos muito competitivos na qualificação, e somos melhores na corrida, o que eu acho que era o caso devido o início da e temporada. Fizemos um bom trabalho na qualificação, mas lutamos muito com o carro na corrida, então é um momento difícil”.

Vettel, que anunciou antes da corrida que se juntaria à equipe da Racing Point em 2021 quando se tornassem Aston Martin, concordou com a avaliação de seu companheiro de equipe sobre as dificuldades da Ferrari atualmente. Mas com apenas oito corridas restantes em sua carreira na Ferrari, Vettel disse que ainda estava "lutando" para tentar chegar ao topo com seu SF1000.

“Não fomos rápidos o suficiente”, disse Vettel. “Por que é sempre uma boa pergunta e difícil de responder. Sempre há mais de uma razão, então obviamente sabemos que nosso carro não é rápido o suficiente, mas hoje acho que seria de se esperar um ritmo de corrida melhor, então precisamos reaver com a equipe onde podemos melhorar para voltarmos a ser competitivos”.

Crônica:
Roberto Vieira
Jornalista e comentarista de esporte
Contato: robertoatlanta@gmail.com

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Fonte: Redação - Brazilian Times.