Saudade da família, maior obstáculo para brasileira que joga e estuda nos EUA

Da redação

Estudar e morar nos Estados Unidos é o sonho de diversos jovens brasileiros. Até porque, normalmente, um horizonte totalmente promissor costuma ser aberto para quem chega lá. Mas há alguns desafios para quem decide brilhar na América. 

A líbero carioca Giovanna Bello, de 21 anos, por exemplo, está há três temporadas nos EUA. Fora o enorme amadurecimento e aprendizado, há a saudade da família (dos pais, Gilberto Bello e Priscila Hellal, e do irmão, Thiago).   Para ela, o maior obstáculo de morar no exterior:

“É a parte mais difícil, eu diria. Têm dias que são piores, e outros nem tanto. Sair da casa dos pais direto para outro país é bem assustador, e não ter mais o apoio de perto é bem difícil no início. Mas, depois, você acaba se acostumando”, relata a jovem.

Antes de começar no vôlei, aos 12 anos, Giovanna fez saltos ornamentais, balé, judô, tênis, ginástica olímpica e natação. Até que resolveu seguir os passos do pai, Gilberto, professor de Educação Física e técnico de vôlei: 

“Eu sempre o vi muito apaixonado pelo esporte e quis entender melhor do que se tratava. Antes eu queria ser jogadora de tênis, mas aí resolvi dar uma chance e não quis parar mais”.

A ideia da filha de Gilberto e de Priscila de estudar e jogar no exterior veio após conhecer a história de outras atletas:

“Pensei: por que não juntar as duas coisas, estudo e esporte, para ter uma experiência diferente e que vai acrescentar muito na minha vida?”, relembra a brasileira, que faz  Business Administration com foco em Marketing.

Giovanna chegou aos EUA após ser aprovada no teste TOEFL com uma nota muito boa, o que facilitou bastante na hora de conseguir uma bolsa. Primeiro, ela fez dois anos no Florida SouthWestern State College. Agora, está no Park University, no Missouri.

No início, além da saudade da família, se habituar a pensar em outro idioma foi um adversário para a carioca:

“Mas acho que demorou não mais de uma semana para o ouvido já acostumar com essa mudança. Os treinos também eram num ritmo não muito familiar pra mim. Mas, depois de um tempo, você se acostuma com a rotina”.

Gratidão ao CEL

Fã da ex-líbero Fabi, Giovanna, antes de embarcar rumo ao sonho americano, conquistou vitórias e amizades no CEL Intercultural School, no Rio de Janeiro, onde estudou. Aliás, seu pai é professor da escola desde 2015:

“O CEL me proporcionou experiências únicas. Em 2017 disputamos um Campeonato Mundial de vôlei de praia. Desde pequena falava para meus pais que queria conhecer Bora Bora e acabei visitando lugares perto de lá”.

A acolhida na escola foi algo que marcou a vida da filha de Gilberto: “Sempre me senti muito em casa no CEL, todos os professores e funcionários sempre faziam dali um espaço muito familiar. E, obviamente, eu estava sempre repleta de amigos que, assim como eu, eram ligados a esportes”.

Pelo colégio, Giovanna foi vice-campeã mundial de vôlei de praia e prata no Brasileiro da modalidade, no Distrito Federal.

Estreia sexta

Foi, também, no CEL que a atleta começou a amizade com Paola Pimentel, também jogadora de vôlei de uma universidade americana. No caso, da Georgia Tech.

“Fizemos a mesma viagem para o Taiti e desde ali a gente não se desgrudava. Depois da escola voltamos a nos falar antes de vir pra cá. Já jogamos contra aqui nos EUA e esse ano eu até a visitei antes de chegar na minha nova faculdade. É bem legal ver o caminho que ela está tomando e fico bem feliz em ver o sucesso dela”.

Hoje em dia, a filha de Gilberto e de Priscilla está na contagem regressiva para a estreia pelo Park University. Nesta sexta e sábado, a equipe disputa um torneio contra a University of St. Mary, a Saint Ambrose University e o Georgetown College. Já em setembro tem início a nova conferência.

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