Publicado em 31/05/2022 as 7:00pm
ESPORTE TOTAL: Mônaco, “Roleta Russa”
Dilúvio, acidentes e lambança da Ferrari O GP de Mônaco fez parte do calendário da...
Dilúvio, acidentes e lambança da Ferrari
O GP de Mônaco fez parte do calendário da primeira temporada da Fórmula 1, em 1950. Após quatro temporadas de ausência, a corrida voltou em 1955, e não saiu mais até 2020, ano em que ficou de fora por causa da pandemia. De volta ao calendário, o glamoroso circuito de rua de Monte Carlo é extremamente perigoso, traiçoeiro e estressante em situações normais ( de acordo com pilotos e equipes da F1 ).
Segundo eles, pilotar em Mônaco é uma experiência única, porque a pista é muito estreita, mas também é um desafio fantástico. Você tem de decidir tudo nas entradas das curvas, e não há espaço para erro. Nenhum outro circuito de rua é tão perigoso e de ultrapassagem quase impossível. É uma verdadeira fila indiana ou “procissão”.
Durante uma corrida em Mônaco, pode acontecer de no máximo 3 ou 4 ultrapassagens. O famoso DRS que os pilotos usam para abrir asa nas ultrapassagens, é objeto decorativo durante toda corrida. O chefão da Mercedes Toto Wolff não poupou críticas ao travado circuito do Principado de Mônaco. Segundo Toto, as corridas deveriam estar no mesmo patamar do espetáculo fantástico e glamoroso de todo fim de semana.
Definitivamente, Monte Carlo é o circuito onde o nível de stress e concentração dos pilotos, chega ao limite máximo de toda temporada. Nelson Piquet dizia que correr em Mônaco é uma verdadeira “roleta russa”. ( ele não exagerou porque o casino de Monte Carlo fica literalmente ao lado da pista ). É como andar de bicicleta dentro de uma sala apertada com paredes de cristal. Os pilotos passam voando a centímetros do muro de proteção que na realidade, de proteção não tem nada. Num piscar de olho o piloto pode botar tudo a perder. Piquet acrescenta que: “Qualquer curva em Mônaco é uma grande dificuldade. Como é um circuito de rua, a pista é bastante ondulada e de baixa aderência. Nessas condições, fica ainda mais difícil segurar o carro em um S de alta velocidade”.
Red Bull deu ''nó tático” na Ferrari
Emoção, emoção…e mais emoção! O GP do Principado Mónaco ofereceu suspense sem igual. A largada foi atrasada mais de uma hora quando o dilúvio atingiu o circuito, houve pit stops estratégicos e uma bandeira vermelha no meio da corrida, que mais uma vez obrigou a uma parada de longos minutos. Na bandeirada quadriculada final, Sergio Pérez saiu vencedor e já no pódio provou que as emoções neste esporte são únicas. O piloto do Touro Vermelho venceu o 3º GP da sua carreira. O mexicano ganhou o duelo com o espanhol Carlos Sainz - segundo classificado - e o campeão Max Verstappen completou o pódio, além de conseguir ( num erro absurdo da Ferrari ) ficar à frente do grande rival pelo título, Charles Leclerc, dando um verdadeiro “nó tático” na Ferrari.
Lambança da Ferrari tira vitoria de Leclerc
Largada com safety car, pista molhada, todos com pneus de chuva faixa azul, onde qualquer erro seria fatal. Com uma estratégia mais ousada, a “Touro Vermelho” chama Pérez para trocar para pneu de pista seca, assim que a chuva parou. Mas, a Ferrari mais uma vez aprontou uma baita confusão que foi ouvida no rádio. Eles tentando acertar, manda o monegasco entrar no box, quando ele embicou o carro para o box, eles gritaram para ele não entrar mais. Mas, dai já era tarde. Leclerc entrou trocou os pneus e na volta seguinte teve que retornar ao box, numa lambança da equipe, perdendo tempo e deixando o “muleke voador” Max Verstappen que largou em 4º no grid trocar pneu e ainda sair na frente do líder da prova, para não sair mais.
Carro partido ao meio
Depois da lambança protagonizada pela Ferrari, 5 voltas depois, nova reviravolta. Mick Schumacher perdeu o controlo do carro e bateu na parede a toda velocidade. O acidente foi de tamanha intensidade que o carro partido em dois. Graças a célula do cockpit que é super segura, o jovem piloto saiu ileso do grave acidente. No fim de contas, foi maior o susto do que os danos pessoais, mas houve Virtual Safety Car. Quando a corrida recomeçou, restavam apenas 20 minutos de corrida. Isto significava que o Grande Prémio não ia ter todas as voltas completas...Equipado com pneus médios, Sergio Pérez manteve-se na liderança, apesar da pressão de Carlos Sainz. Max Verstappen e Charles Leclerc travaram uma grande perseguição. Os quatro pilotos andavam praticamente roda a roda. Um mínimo erro ou desatenção, seria faltal. Pérez não cometeu qualquer erro e, forma espetacular, cruzou a linha em primeiro.