No Kansas, brasileira celebra primeiro ano como aluna e atleta 

Em agosto de 2021, quando desembarcou pela primeira vez em solo americano, a carioca Jéssica Sales tinha um grande desafio pela frente. Afinal, começava ali sua primeira temporada como jogadora de vôlei e estudante de Biologia pela Seward County Saints, na cidade de Liberal, no Kansas. 

Um pouco mais de 365 dias depois, a brasileira celebra a vida nova nos Estados Unidos: “Meu primeiro ano foi uma mistura de diversão, cansaço, bastante estudo e muito mais treinos”.

Participar de uma equipe tão heterogênea foi um dos pontos altos desse início na América: “O que mais me surpreendeu nesse ano foi a própria cultura que o time se transformou. Ano passado, éramos de 7 países diferentes, com 5 idiomas distintos e cada uma com estilo de jogo próprio. Mas a gente conseguiu tirar o melhor de cada uma e criamos nosso jeito de jogar - continua a brasileira, que tinha a companhia de três compatriotas, cinco de outros países da América Latina, uma turca e uma sul-coreana”.

Entre muitas outras novas experiências em solo americano, Jessica teve seu primeiro contato com a neve.

Como, normalmente, acontece com quem encara a rotina universitária e de atleta nos EUA, Jessica, hoje com 20 anos, que atua como central, disse que foi complicado conciliar os treinos com as aulas: “Ainda mais durante nossa temporada, que temos de 2 a 3 jogos por semana e precisamos sair da cidade e faltar algumas aulas. Mas os professores entendem e nos ajudam em relação à matéria perdida, deixando a gente fazer provas e entregar trabalhos em outro momento”. 

Segundo a filha da contadora Rosana Sales e do administrador Walter Ramos, o desempenho do Seward County, em quadra, foi bom: “Ano passado, nós ficamos em segundo lugar nos regionais. Esse ano começamos em 17° lugar no ranking nacional”.

Gratidão ao CEL

Estudar no exterior passou a ser um sonho cada vez mais próximo em 2015, quando Jessica, graças a uma bolsa em função do vôlei, passou a estudar no CEL Intercultural School, no Rio de Janeiro.

“No começo, achei que não iria me adaptar nessa rotina cansativa de ter que treinar muito e estudar mais ainda. Mas tive muito apoio da escola para poder conseguir fazer tudo direto. O CEL me ajudou a tentar criar rotinas de estudos, e para conseguir fazer as provas que eu perdia viajando por causa dos campeonatos”, disse.

Início na infância 

Jessica começou nas quadras ainda na infância, por influência dos pais, que queriam vê-la vencendo a timidez. A primeira escolinha era em uma academia no bairro da Barra da Tijuca.

Pouco tempo depois, a atleta já mostrou aptidão para o vôlei. Antes de embarcar para os EUA, a filha de Rosana e Walter vestiu a camisa do Flamengo, de 2013 a 2019. 

Três anos após o último jogo pelo clube rubro-negro, a brasileira se sente cada vez mais realizada na América.