SORTEIO DA LIBERTADORES COLOCA DOIS BRASILEIROS FRENTE A FRENTE

O clássico entre Botafogo e Palmeiras será o duelo à brasileira na fase de oitavas de final da Copa Libertadores da América, de acordo com o sorteio realizado na última segunda-feira, dia 3 de junho, na sede da Confederação Sul-Americana de Futebol, a Conmebol, no Paraguai. Seis das sete equipes verde e amarelas que começaram a disputa do torneio seguem na competição, e a maioria já conhece seus adversários.  

Assim sendo, o Flamengo vai se confrontar com o Bolívar (BOL), ao qual já havia enfrentado na fase de grupos. Já o Atlético Mineiro vai pegar o San Lorenzo (ARG), enquanto o São Paulo irá se defrontar com o Nacional (URU). Atual campeão da América, o Fluminense terá como rival o segundo da Chave C, que poderá ser outro brasileiro, o Grêmio, cujos jogos foram adiados devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Os gremistas tinham um jogo contra o Huachipato (CHI), previsto para a última terça, dia 4, e no próximo sábado vão pegar o já eliminado Estudiantes (ARG). No Grupo C, o The Strongest (BOL) já está classificado, ao passo que Grêmio e Huachipato lutam pela segunda vaga.  

Como foram líderes de seus grupos, Atlético-MG, Fluminense, Palmeiras e São Paulo decidirão seus confrontos em casa. Já Botafogo e Flamengo, que se classificaram como segundos colocados, farão o segundo jogo fora de casa. As  partidas irão acontecer nas semanas dos dias 14 e 21 de agosto, já após a Copa América.  

Já na sequência, durante as quartas de final, a 18 e 25 de setembro, Palmeiras ou Botafogo poderá cruzar com o São Paulo, noutro clássico brasileiro. 

As semifinais estão previstas para 23 e 30 de outubro. A decisão da Libertadores deste ano será a 30 de novembro, em Buenos Aires, em estádio ainda a ser definido pela Conmebol. 

Além da taça mais desejada do futebol sul-americano, o campeão vai receber até US$ 33,05 milhões (R$ 166,2 milhões), ou seja, 5 milhões de dólares a mais que o vencedor da final da Libertadores do ano passado. A alteração se deu porque "apenas" na final o prêmio do campeão subiu e US$ 18 milhões para US$ 23 milhões.  

Jogos de ida das oitavas de final: 

13 a 15 de agosto 

San Lorenzo-ARG x Atlético-MG - Nuevo Gasómetro 

2º do Grupo C x Fluminense 

Talleres-ARG x River Plate-ARG - Mario Alberto Kempes 

Colo-Colo-CHI x Junior Barranquilla-COL - David Arellano 

Nacional-URU x São Paulo - Gran Parque Central 

Botafogo x Palmeiras - Nilton Santos 

Peñarol-URU x 1º do Grupo C - Campeón Del Siglo 

Flamengo x Bolívar-BOL - Maracanã 

Jogos de volta das oitavas de final: 

20 a 22 de agosto 

Atlético-MG x San Lorenzo-ARG - Arena MRV 

Fluminense x 2º do Grupo C - Maracanã 

River Plate-ARG x Talleres-ARG - Monumental de Núñez 

Junior Barranquilla-COL x Colo-Colo-CHI - Metropolitano 

Nacional-URU x São Paulo - Gran Parque Central 

Palmeiras x Botafogo - Allianz Parque 

1º do Grupo C x Peñarol-URU 

Bolívar-BOL x Flamengo - Hernando Siles 

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Legenda

Taça da Libertadores — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C

PARABÉNS, FLAMENGO! SOS, VASCO 

"A bola não entra por acaso". A frase, que serve de título do livro do empresário espanhol Ferrian Soriano – CEO simultâneo do Manchester City, New York City e Melbourne City – resume facilmente a ideia central de quem, entre 2003 e 2008, tocou o projeto de modernização da gestão do Barcelona. Para ele, quando um time celebra um título ou conquista um grande resultado, tudo aquilo foi decorrente do sucesso da gestão, de como aquela entidade desportiva foi administrada. Tais ideias podem ser usadas para analisar a histórica goleada de 6 a 1 imposta pelo Flamengo ao Vasco, no domingo, dia 2 de junho, no Rio, pelo Campeonato Brasileiro. 

Na realidade, essa goleada, a maior do rubro-negro sobre o rival nos duelos realizados desde 1923 (a maior diferença do clássico segue sendo Vasco 7 x 0 Flamengo, de 1931) vinha sendo construída nos últimos 24 anos. Se o Flamengo começou ainda nos anos 80 um processo de profissionalização de seu futebol e de todo o clube, inicialmente com patrocínio expressivo da companhia petrolífera brasileira, o Vasco entrou em decadência após as conquistas importantes do fim da década de 1990. 

No Flamengo, o processo iniciado na década de 1980 se acelerou no século atual. Mais bem gerido clube do país, o rubro-negro logo percebeu que para conquistar troféus nacionais e internacionais, ele deveria se enxergar não como um clube, mas como uma empresa esportiva, cujo "produto" são taças. Para isso, cercou-se de patrocinadores e apoiadores que lhe permitem faturar cerca de R$ 1 bilhão/ano, além de lucrar com as rendas da lotação do Maracanã, que administra mediante cessão do governo do Estado. Trata-se atualmente de um clube "europeu" na América do Sul, capaz de empilhar taças e taças em seu moderno museu na sede da Gávea, além de, com isso, fazer crescer cada vez mais sua torcida, que já é a maior do Brasil.   

Já o Vasco, por sua vez, fazia questão de ser a suposta resistência ao processo de profissionalização e de transformação do futebol brasileiro em business. Dirigentes personalistas, dívidas milionárias, disputas internas fratricidas, eleições cujos resultados repetidamente eram encaminhados para a Justiça e a recusa de grandes marcas em se associarem ao clube. Tudo isso foi levando o Vasco a um notório enfraquecimento institucional. Resultado? Quatro rebaixamentos desde 2008 e cinco anos na Série B (numa das participações na Segunda Divisão não conseguiu subir e "repetiu" de ano). Com isso, sua torcida – provavelmente a mais apaixonada do país, por não abandonar um time sem título nacional desde 2011, a Copa do Brasil – se contenta em festejar a permanência na Série A. Memo a recente parceria com a SAF do Grupo 777 não deu certo, e o futuro do clube está indefinido. Aos poucos, São Januário vai se transformando num triste museu. Dono de uma linda história - por ter lutado bravamente contra o racismo no esporte nos anos 1920 – o Vasco corre o risco de tornar-se a Mona Lisa do futebol: admirada na parede do Louvre, mas que não mais integra o tempo presente. 

ATLETISMO: ESPERANÇA OLÍMPICA BRILHA 

Campeão mundial dos 400m com barreiras em  2022, em Eugene, nos EUA, e medalhista de bronze da prova nas Olimpíadas de Tóquio-2020 (disputadas em 2021, devido à pandemia do coronavírus), o brasileiro Alison dos Santos, o Piu, vem confirmando sua excelente fase a pouco mais de um mês dos Jogos Olímpicos de Paris, em julho. No domingo dia 3 de junho, o barreirista brasileiro conquistou em Estocolmo, na Suécia, sua terceira vitória consecutiva na Liga Diamante, importante competição internacional de atletismo.  

Na etapa, Piu ganhou com folga, no tempo de 47s01, à frente de  Kyron McMaster, das Ilhas Virgens, com 48s05, e do americano CJ Allen, com  48s12.  

Dias antes, a 30 de maio, Piu havia obtido um feito ainda mais relevante. Em Oslo, Noruega, casa do rival, ele superou o campeão olímpico de Tóquio 2020, o norueguês Karsten Warholm. Lá, o brasileiro registrou o tempo de  46s63, o melhor para esta prova no ano até o momento. Warholm foi o segundo, com 46s70, e McMaster, o terceiro, com 48s49. 

TOQUE DE BOLA 

MBAPPÉ NO REAL 

Em preparação para a Eurocopa pela seleção da França, o craque Mbappé afirmou, por meio de suas redes sociais, que sua transferência do francês Paris Saint-Germain para o espanhol Real Madrid é "um sonho realizado". Na mesma publicação, ele mostrou fotos suas, ainda criança, na sede dos madridistas, incluindo uma imagem ao lado de Cristiano Ronaldo, ídolo histórico do clube espanhol. O atacante assinou com o Real Madrid até junho de 2029. 

RAYSSA LEAL, A FADINHA 

Medalhista de prata no street skate, nas Olimpíadas de Tóquio-2020 e uma das favoritas na mesma prova nos Jogos Olímpicos de Paris, Rayssa Leal, a Fadinha, se juntou ao presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, para o plantio de mudas de jatobá no processo de reflorestamento da Floresta Nacional do Tefé. Naquela área, o COB vai plantar a Floresta Olímpica, como parte do programa especial do Comitê Olímpico Internacional (COI), que visa a replantar florestas em todo o planeta.  

LÁ EM MINAS 

ATLÉTICO MINEIRO - O sorteio das oitavas de final da Libertadores, que estabeleceu o confronto entre Atlético Mineiro e San Lorenzo, da Argentina, não agradou em nada a imprensa daquele país, para a qual  o sentimento é de dificuldade para o time de Almagro.  Especialista em esportes, o Diário Olé publicou que a equipe mineira é uma das melhores do Brasil sob o comando do técnico Gabriel Milito, por sinal argentino.  

CRUZEIRO – Depois de ter sido derrotado pelo São Paulo por 2 a 0, no Morumbis, no último domingo, dia 2, o Cruzeiro continua a sofrer com uma escrita. Há 11 anos não consegue vencer o tricolor paulista como visitante. O último resultado positivo na capital paulista  contra o São Paulo foi a 20 de julho de 2013, quando os mineiros golearam por 3 a 0, pela  Série A do Brasileirão. 

AMÉRICA - Enquanto negocia a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do américa, o presidente do clube, Marcus Salum, espera alcançar algumas metas até o término de seu mandato, no fim do ano. A principal delas, conforme ressaltou, é fazer com que o Coelho suba para a Primeira Divisão em 2025. O sucesso do Fortaleza é um modelo para o dirigente americano.