Publicado em 30/07/2024 as 4:30am
OLIMPIADAS: DOMINGO DE PRATA E BRONZES PARA O BRASIL
Fonte: Da redação
O Brasil conquistou neste domingo, dia 28, suas três primeiras medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, com a prata de Willian Lima, no judô, na categoria até 66kg, e os bronzes de Larissa Pimenta, também no judô, nos 52kg, e de Rayssa Leal, a Fadinha, este na modalidade skate street.
No judô, cujas competições estão sendo disputadas no Campo de Marte, próximo à Torre Eiffel, o país confirmou sua tradição de sempre "medalhar" neste esporte nas Olimpíadas. As conquistas deste domingo foram a 25a e a 26a medalhas do judô brasileiro, esporte no qual o país mais vezes conquistou pódios olímpicos. Ao todo, foram quatro ouros, quatro pratas e 18 bronzes.
Na final dos 66kg, Willian Lima foi superado pelo japonês Hifumi Abe, ouro também em Tóquio-2020. Os dois medalhistas de bronze foram: Denis Vieru (Moldávia) e Gusman Kyrgyrbayev (Kazaquistão). Muito emocionado, o judoca paulista chorou ao conquistar um pódio em sua primeira participação olímpica, aos 24 anos.
"A derrota machuca, ainda mais em uma final. Sabia que tinha condições de ser campeão. Eu abri mão de muitas coisas. Eu queria o ouro, mas fico feliz, porque eu falei para o meu filho (que estava na arena) que colocaria a medalha no peito dele, e isso eu consegui", declarou Willian Lima. "Eu estava me sentindo muito bem, mas eu nunca tinha lutado contra ele. Eu me esforcei muito para isso. Eu senti que dava para vencer. Parecia impossível, mas eu consegui levar uma medalha para a minha família, para o Brasil. Eu senti toda essa energia de todo mundo que acordou cedo. Queria agradecer todo o apoio. Pedir desculpa pela medalha de prata, mas na próxima tenho certeza que vai vir o ouro. Eu ainda tenho a disputa por equipes para buscar o ouro".
Na mesma arena, na luta pelo bronze, Larissa superou no golden score (período de desempate) a italiana Odette Giufrida, atual campeã mundial em Abu Dhabi-2024, prata nas Olimpíadas do Rio-2016 e bronze nas Olimpíadas de Tóquio-2020. As duas haviam entrado no tempo extra com duas punições por falta de combatividade, e a italiana acabou derrotada ao levar a terceira punição, conforme prevê o regulamento.
"É um momento muito especial para mim. Fiz tudo que podia na minha preparação. Mereço isso e estou muito feliz. Todas as lutas são muito difíceis pra mim. A Olimpíada é tudo no destalhe, e a única coisa wue pensei foi em confiar em mim", declarou a brasileira, que foi cumprimentada por Giuffrida ainda no tatame, logo depois da luta. "Ela (Giuffrida) me falou: 'Levanta e da gloria a Ele (Deus). Antes, ela tinha falado que independentemente de qualquer coisa, a glória é de Deus, e lutamos para fazer o melhor. Lamento ela não ter ganho medalha também."
Muito emocionada, Larissa agradeceu à sua treinadora, Sarah Menezes (campeã olímpica em Londres-2012), com a qual havia duelado várias vezes em competições e seletivas nacionais. Nos 52kg, o ouro ficou com Diyora Keldiyorova (Uzbequistão), e a prata, com Distria Krasniqi (Kosovo). O outro bronze foi de Amandine Buchard (França).
No Parque Urbano de la Concorde, em Paris, a arena do skate, a brasileira Rayssa Leal, que havia levado a prata em Tóquio-2020.
"Duas Olimpíadas, duas medalhas, velho! Que loucura!", exclamou a skatista, muito espontânea. "Em 2028, vem o ouro!"
A Fadinha admitiu ter se sentido cansada, em especial por causa do calor intenso.
"Foi incrivel! É uma coisa totalmente diferente. As pessoas gritando muito. Fiquei muito, muito, muito feliz mesmo. Muita gente gritando. Parece até que estou competindo no Brasil!", completou a jovem de 16 anos.
A modalidade foi dominada pelas japonesas, que fizeram dobradinha de ouro e prata, respectivamente, com Coco Yoshikawa e Liz Akama.
Também neste domingo, no futebol feminino, o Brasil sofreu uma derrota dramática para o Japão, de virada, já nos acréscimos, tendo dificultada sua classificação para a próxima fase. Vencia por 1 a 0 até os 45 do segundo tempo, com gol de Jheniffer. Nos acréscimos, as japonesas viraram com gols de Kumagai (pênalti) e Tanikawa. Já no handebol feminino, noutro final de tirar o fôlego, as brasileiras perderam para a Hungria por 25 a 24, de virada, a apenas cinco segundos do fim.
EM PARIS, AS DORES DE NATHALIE
O que torna alguém um brasileiro ou uma brasileira? O fato de ter nascido neste país? Ou um ato de escolha, pelos motivos mais variados? Uma paixão? Uma profissão?O u o sonho de representar uma nação, numa competição planetária, como as Olimpíadas? Ninguém melhor para responder do que a esgrimista Nathalie Moellhausen, que foi ao sacrifício no último sábado, para representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris. Apesar de sofrer com dores extremas devido a um tumor no cóccix, a brasileira – nascida na Itália há 38 anos - perdeu por 15 a 11 para a canadense Ruien Xiao, sendo eliminada da competição, no Grand Palais, em Paris.
No confronto de sábado, Nathalie - que nasceu na Itália há 38 anos, mas representa o Brasil desde 2015 - se sentiu mal em plena pista de competição, quando estava quatro pontos atrás no placar. Retirou a máscara e precisou de ser atendida pelos médicos do Comitê Olímpico do Brasil (COB), dentro do prazo regulamentar de cinco minutos. De volta ao combate, parecia recuperada, tanto que encaixou três pontos seguidos. Entretanto, diante de uma jovem de apenas 16 anos, como Xiao, acabou superada. Na passagem pela zona mista, área de entrevistas próxima do local de competições, mal conseguia falar.
"Não estou em condições... Tudo que posso dizer será depois da cirurgia na semana que vem", declarou ela, que é especialista nas competições com espada.
Do Grand Palais, a brasileira foi diretamente para um hospital em Paris, onde deverá ser operada nesta terça-feira. De acordo com informações do COB, a atleta já vinha enfrentando uma crise de lombalgia na reta final da preparação para os Jogos e chegou a ser hospitalizada poucos dias antes dos Jogos Olímpicos. Durante a internação, depois de uma ressonância magnética, os médicos da atleta realizaram uma biópsia e identificaram um tumor, com aspectos de benignidade, na coluna da esgrimista.
Ainda conforme o COB, diante disso, os médicos recomendaram à atleta tratamento com analgésicos e a liberaram para competir, mas já tendo marcado a uma cirurgia para a retirada do tumor e descompressão do local. O departamento médico do COB vem acompanhando a atleta desde sua internação antes das Olimpíadas e se mantém em contato com o médico particular da esgrimista.
Filha de mãe ítalo-brasileira e pai alemão, Nathalie é nascida em Milão na Itália e reside há quase 20 anos em Paris. Desde 2015, ela representa o Brasil em torneios internacionais. Esta é a terceira vez em que defende o Brasil em edições das Olimpíadas, após as do Rio-2016 e de Tóquio-2020.
Antes, quando competia pela Itália, chegou a ser campeã mundial e europeia por equipes, entre outras conquistas. Depois de ter adotado a nacionalidade brasileira, Nathalie foi campeã mundial individual em Budapeste-2019, além de ter sido ouro por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, bronze individual e por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e bronze individual nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Já nos campeonatos Pan-Americanos de Esgrima, foi ouro em Santiago-2015, prata em Toronto-2019 e obteve quatro bronzes individuais e por equipes noutras edições.
Em entrevistas anteriores a esta participação olímpica, Nathalie lembrou ter começado neste esporte ainda criança, a ponto de ter ganho sua primeira competição com apenas 8 anos. Viveu seu maior momento já com a bandeira verde e amarela, há cinco anos, em 2019. Como gosta de repetir, seu objetivo é inspirar mulheres brasileiras à prática de seu esporte.
"Foi um momento muito emocionante, consequência de um longo percurso e razão pela qual escolhi o Brasil: valorizar e escrever a história do esporte no país", afirmava ela em 2019.
Nathalie, brasileira de verdade.
BRASILEIRÃO: O BRILHO DAS ESTRELAS
As estrelas brilham. Com uma atuação de gala, mesmo diante do até então líder do Campeonato Brasileiro, e no campo do adversário, o Cruzeiro derrotou o Botafogo por 3 a 0, no sábado, dia 27, em pleno Estádio Nilton Santos, no Rio.
Com o resultado, o time celeste subiu para a quinta posição, com 35 pontos e 19 jogos, cinco atrás do próprio Botafogo, ainda líder, com 40 em 20 jogos. O alvinegro, porém, poderia perder a liderança, em caso de vitória do Flamengo, que iria enfrentar o Atlético-GO neste domingo, dia 28, a partir das 16h, no Rio. No caso do Cruzeiro, porém, está clara uma ascensão técnica da equipe comandada pelo treinador Fernando Seabra.
Vale destacar que os cruzeirenses conseguiram quebrar uma invencibilidade de oito partidas do adversário, além de ter sido o primeiro a vazar por trIes vezes a defesa do Botafogo nesta competição. Considerando-se que há um turno inteiro pela frente, o Cruzeiro, que vem de quatro vitórias nas cinco últimas rodadas, pode sonhar com o próprio título ou pelo menos com uma das tão desejadas vagas na Libertadores da América. O Cruzeiro terá agora uma semana de treinamentos até o duelo com o Fortaleza, na segunda-feira, dia 5, em Cariacica, no Espírito Santo, pela 21ª rodada do Brasileirão.
No confronto de sábado, no primeiro tempo, em dois rápidos contra-ataques, o Cruzeiro fez 2 a 0 com William e Lautaro Díaz. Na segunda etapa, Barreal deu números finais ao jogo. Apesar da goleada, um dos destaques do time azul foi seu goleiro, o gigante Cássio.
"Construímos isso juntos. Sabíamos que ia ser uma partida muito difícil contra o Botafogo, uma equipe muito qualificada que vem muito bem desde o ano passado, e tivemos coragem de imprimir o nosso jogo e é mérito de todo mundo. Acho que é esse o caminho", declarou o goleiro, em sua primeira temporada no Cruzeiro, após 12 anos no Corinthians.
No Botafogo, que vinha causando ótima impressão pela consistência de seu jogo coletivo, pode ter pesado a decisão da comissão técnica de poupar alguns jogadores, visando à partida desta terça-feira, dia 30, contra o Bahia, no Nilton Santos, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Pela Série A, o time alvinegro vai enfrentar o Atlético-GO, no sábado, dia 3 de agosto, em Goiânia. Com vários desfalques, o Botafogo passou em branco, sem marcar gols, pela primeira vez no ano, desde 28 de maio, no 0 a 0 com o Junior Barranquilla, da Colômbia, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores.
"Tivemos um resultado que não estava na nossa expectativa, pouca coisa ocorreu bem para o nosso lado. O outro lado foi competente e capaz de aproveitar as oportunidades. O jogo não teve a diferença que o resultado espelha", enfatizou o técnico Artur Jorge.
Ainda pela 20a rodada, iniciada no último sábado: Palmeiras 0 x 2 Vitória-BA; Juventude 1 x 2 Criciúma; Bahia 1 x 1 Internacional; e Fortaleza 1 x 0 São Paulo.
TOQUE DE BOLA
ENDRICK – Depois de ter completado 18 anos no último dia 21 de julho, o atacante Endrick, ex-Palmeiras, assinou contrato com o Real Madrid, da Espanha, com o qual já estava acertado desde dezembro de 2022. Nesta sexta, dia 26, ao ser apresentado pelo presidente do clube, Florentino Pérez, o atacante da seleção brasileira recebeu a camisa número 16.
LÁ EM MINAS
AMERICA - O atacante Brenner sofreu uma lesão no ombro direito e vai desfalcar o Coelho por tempo indeterminado na Série B do Campeonato Brasileiro. De acordo com o departamento médico do clube, Brener sofreu luxação acromioclavicular no ombro direito, num lance com o goleiro do Ituano no empate por 1 a 1. A lesão foi constada em exames efetuados na última sexta, dia 26.
ATLETICO - Jogadores que vinham desfalcando o Atlético Mineiro já há alguns meses, por lesões, o lateral-esquerdo Rubens e o apoiador Zaracho foram liberados pelo departamento médico na última sexta, dia 26. Rubens havia sofrido uma entorse no joelho esquerdo em 17 de abril, no empate por 1 a 1 com o Criciúma, pelo Brasileirão. Zaracho, por sua vez, não vem atuando desde a vitória por 2 a 1 sobre o Internacional, em Criciúma, também pela Série A. O argentino vinha jogando com dores no púbis.
CRUZEIRO - A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) divulgou a tabela das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Além da Raposa, representam o Brasil: Bragantino, Corinthians, Fortaleza e Athletico-PR. O Cruzeiro vai enfrentar o Boca Juniors em Buenos Aires no jogo de ida, no dia 15 de agosto e fará o jogo de volta em casa, em Belo Horizonte, no dia 22.