É TEMPO DE BOTAFOGO, CAMPEÃO DA LIBERTADORES  

Foi histórico, foi heroico, foi difícil de igualar. Foi do jeito do Botafogo. Num dia 30 de novembro inesquecível - chamado de 30 de novembro de 2000 e sempre, pelo colunista do Globo Gustavo Poli -, o Botafogo conquistou no último sábado o mais importante troféu de sua história: a Libertadores da América, ao derrotar o Atlético Mineiro por 3 a 1, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina.  

Foi mais uma final brasileira, desde 2019, quando as decisões da mais importante competição sul-americana passaram a ser em partida única. Foi o terceiro troféu seguido de um carioca, depois do Flamengo, em 2022, e do Fluminense, no ano passado. Numa final totalmente alvinegra, entre clubes com camisas parecidas, o Atlético Mineiro teve o direito de usar o principal uniforme, cabendo ao Botafogo jogar todo de branco. Com 30 segundos, a expulsão merecida de Gregore, que levantou demais a perna e atingiu Vera na cabeça, o destino da taça parecia ser Belo Horizonte.  

Porém, embora tivesse maior tempo de posse de bola, o Atlético Mineiro não conseguia penetrar numa linha de defesa de seis jogadores do Botafogo. A já elogiada aplicação tática da equipe de Artur Jorge fez a diferença. Quando roubava a bola, era o Botafogo que sabia o que fazer com ela. Assim, abriu 2 a 0 no primeiro tempo, com Luiz Henrique e Alex Telles, este cobrando pênalti sobre Luiz Henrique, craque da super partida. No segundo tempo, logo no começo, Vargas descontou.  O time mineiro pressionou, mas foi Júnior Santos que encerrou a contagem já nos acréscimos: 3 a 1. 

“Quero agradecer muito ao Botafogo. Eu disse na minha primeira entrevista que o Botafogo necessita estar lá no topo, porque é um clube que vem trabalhando muito, que vem se empenhando muito no dia a dia”, ressaltou Luiz Henrique, que dedicou a conquista à mãe e ao irmão. “Essa é a minha palavra: só gratidão, só gratidão. Muitas pessoas tentando me parar, mas eu sei que Deus está comigo, minha família está comigo, então tem que se vir com esse foco e com os pés no chão, que significa que ainda tem mais.” 

O sucesso do clube é resultado do modelo Sociedade Anônima do Futebol (SAF), pelo qual conta com o investimento do americano John Textor, dono de um conglomerado de clubes, que também inclui o Lyon, da França. Tal modelo teve início ano passado e o projeto era o de uma grande conquista em cinco anos, o que acabou ocorrendo bem antes. O investimento vem sendo pesado, e o lucro já aparece. Além do troféu, vai receber 23 milhões de dólares (R$ 137,9 milhões). 

Na campanha do título, eliminou entre as oitavas e a semifinal  Palmeiras, São Paulo e Peñarol, com destaque para os 5 a 0 sobre o time uruguaio no primeiro jogo da semifinal.  

“Temos muito de emoção dentro de cada um de nós. Foi uma vitória épica, provavelmente a vitória mais épica de uma final de Libertadores. É um feito enorme", declarou o técnico Artur Jorge. “Sabíamos das nossas possibilidades desde o primeiro minuto, mesmo com um homem a menos. Eu, como técnico, só tenho que me render a todos essas atletas, a qualidade humana, futebolística de cada um deles, porque foram animais de competição. Só uma equipe com essa vontade consegue um feito deste tamanho. Estou muito, muito feliz por levar esse troféu para o Botafogo.” 

Líder do Brasileirão, com 73 pontos contra 70 do Palmeiras, o alvinegro poderá ser campeão antecipado nesta quarta, dia 4,às 21h30m, se vencer o Inter, fora, e se o Palmeiras perder para o   Cruzeiro, no mesmo dia e horário.  

A conquista da Libertadores qualificou o Botafogo para o Super Mundial da Fifa, em junho de 2025, mas também para o Intercontinental, no Qatar, entre os dias 11 e 18 de dezembro. Neste, vai estrear contra o Pachuca, vencedor da Copa dos Campeões da Concacaf, pelas quartas de final. Se vencer, disputará a semifinal contra o Al-Ahly, do Egito, e possivelmente a final com o Real Madrid, campeão europeu. 

AS GLÓRIAS DO ALVINEGRO  

Fundado em 1904 por garotos que jogavam bola no Largo dos Leões, no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio, o alvinegro foi ampliando seus limites até se tornar um dos maiores times do futebol mundial. Além dos troféus, se orgulha do fato de ter 11 títulos de Copa do Mundo ganhos por seus atletas na seleção brasileira:  Nilton Santos (1958 e 1962), Garrincha, maior jogador da história alvinegra (1958 e 1962), Didi (1958 e 1962), Zagallo (1962), Amarildo (1962), Paulo Cézar Caju (1970), Jairzinho (1970) e Roberto Miranda (1970). 

Abaixo, os títulos do Botafogo: 

Principais taças - Copa Libertadores, 2024; Copa Conmebol, 1993; Campeonatos Brasileiros, 1968 e 1995; Campeonatos Brasileiros Série B, 2015 e 2021; 21 Campeonatos Cariocas, 1907, 1910, 1912, 1930, 1932, 1933, 1934, 1935, 1948, 1957, 1961, 1962, 1967, 1968, 1989, 1990, 1997, 2006, 2010, 2013 e 2018; Torneios Rio-São Paulo, 1962, 1964, 1966 e 1998. 

Torneios Internacionais - Pequena Taça do Mundo, 1967, 1968 e 1970; Taça Tereza Herrera, 1996; Torneio Internacional da Colômbia, 1960; Torneio Pentagonal do México, 1962; Torneio Internacional de Paris, 1963; Torneio Ibero-Americano, 1964; Torneio Jubileu de Ouro da Associação de Futebol de La Paz, 1964; Torneio Quadrangular do Suriname,  1964; Taça Círculo de Periódicos Esportivos: 1966; Copa Carranza de Buenos Aires, 1966; Torneio Hexagonal do México, 1968; Torneio de Genebra, 1984; Torneio de Berna,1985; Torneio Pentagonal da Costa Rica, 1986; Taça Cidade Palma de Mallorca, 1988; Torneio da Amizade de Veracruz, 1990; Copa Nippon Ham, 1996; III Torneio Presidente da Rússia, 1996;Copa Peregrino, 2008. 

Torneios Interestaduais - Copa dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo, 1931; Torneio Triangular de Porto Alegre, 1951; Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro, 1954; Torneio Quadrangular de Belo Horizonte, 1964; Torneio Quadrangular de Teresina, 1966; Torneio Independência do Brasil (Brasília), 1974; Torneio Ministro Ney Braga (Belém), 1976; Torneio 23º Aniversário de Brasília, 1983; Copa Rio-Brasília, 1996; 

Torneios Estaduais - Taça Guanabara: 1967, 1968, 1997, 2006, 2009, 2010, 2013 e 2015; Taças Rio: 1989, 1997, 2007, 2008, 2010, 2012, 2013, 2023 e 2024; Taça Cidade Maravilhosa: 1996. 

COB VAI PREMIAR OS MELHORES DO ANO  

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) vai premiar no próximo dia 11 de dezembro, no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, os melhores atletas do país na temporada 2024, nos esportes individuais e coletivos. 

Boa parte dos escolhidos nas diversas modalidades subiu ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris, em julho e agosto passados.  Entre os premiados nas modalidades individuais, estão; Caio Bonfim, no atletismo, dono da primeira medalha olímpica do Brasil na marcha, com a prata. No judô, Bia Souza, ouro no peso pesado e bronze por equipes mistas em Paris-2024, vai receber o troféu de melhor em seu esporte. Já no boxe, Bia Ferreira, prata em Paris-2024, será a premiada. Na ginástica artística, a escolha mais óbvia foi a de Rebeca Andrade, que voltou de Paris com o ouro no solo, pratas no individual geral e no salto e bronze por equipes  - passando a ter o recorde brasileiro  de seis pódios olímpicos em Tóquio-2020 e Paris-2024. 

Ainda em esportes individuais, Rayssa Leal, bronze em Paris-20254, foi eleita a melhor atleta brasileira no skate. Outro medalhista premiado é Isaquias Queiroz, prata olímpico na canoagem.  Já Edival Pontes, o Netinho, bronze em Paris 2024, foi eleito o melhor do ano no taekwondo. No surfe, pela primeira vez a eleita é do sexo feminino: Tatiana Weston-Webb, prata em Paris-2024. Modalidade de duplas, o vôlei de praia deu ao Brasil o ouro em Paris, por meio de Duda Lisboa e Ana Patrícia, que receberão os troféus neste esporte. 

Já nos coletivos,  a ponteira Gabi, da seleção de vôlei, ajudou a equipe nacional a obter o bronze na capital francesa. E no futebol feminino, prata nos Jogos Olímpicos, destaque para a goleira Lorena.  

Em Paris-2024, o Brasil levou 20 medalhas - três ouros, sete pratas e dez bronzes -, em seu segundo melhor desempenho na história, abaixo apenas de Tóquio-2020, em que obteve 21 pódios.  

LÁ EM MINAS 

AMÉRICA - Terminada a Série B, na qual não alcançou a ascensão para a Primeira Divisão, o América busca um técnico.  O nome preferido é o de Roger Silva, técnico do Athletic, de São João del Rey, vice da Série C.  

ATLÉTICO - Pelo Brasileirão, na quarta-feira, dia 4, às 19h, o vai visitar o Vasco, no Rio.  O Galo está em 11o lugar, com 44 pontos, uma posição atrás do próprio Vasco, com igual pontuação. Os dois lutam por vaga pelo menos na Sul-Americana.  

CRUZEIRO – Em nono no Brasileirão, com 48 pontos, o Cruzeiro luta por vaga na Libertadores de 2025. Com a conquista da Libertadores pelo Botafogo, foi aberta uma vaga no Brasileirão. Isso aumentou as chances de ida à Libertadores para Cruzeiro, Bahia e Corinthians.