Publicado em 31/03/2025 as 11:30pm
A decadência do futebol brasileiro
O futebol brasileiro está de luto
O fim de semana foi movimentado com duelos entre campeões estaduais, como Flamengo x Inter e o confronto dos dois últimos campeões brasileiros, Palmeiras e Botafogo. A primeira rodada além de mandar a letra de alerta para os possíveis favoritos ao título, também já causou a primeira demissão de treinador: Mano Menezes não é mais treinador do Fluminense.
Vamos ao que interessa, contexto do título do artigo: O futebol brasileiro, além de parar no tempo, regrediu. A seleção brasileira morreu em 2002. O futebol brasileiro está de luto, detonaram e mataram nossa seleção, muito triste, inaceitável essa seleção. Sem medo de errar! É a pior seleção da história que vi jogar. Como a Fórmula 1 só retorna no GP do Japão no próximo domingo (6), fui escalado para falar do futebol brasileiro.
Sinônimo de técnica, habilidade, espetáculo, qualidade e admirado no mundo inteiro, o futebol brasileiro sempre foi motivo de orgulho no país e apreciado até por aqueles que não acompanham o esporte ao redor do mundo. Entretanto, na última década, os resultados, assim como a plasticidade do jogo, caíram muito: eliminações vexatórias, falta de protagonismo dos jogadores, clubes endividados, salários atrasados, arbitragem tendenciosa, baixo nível técnico do futebol nacional e o inesquecível 7 a 1 dentro de casa. Afinal, por que o futebol brasileiro está em decadência?
A goleada por 4 a 1 sofrida diante da Argentina no Monumental, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, não apenas abalou o orgulho brasileiro, mas também ganhou repercussão internacional contundente. Os jornais dentro e fora do Brasil, dedicaram páginas inteira para tratar da “decadência do Brasil”, numa crítica dura ao atual momento da Seleção, destacando o colapso da identidade da tradicional “canarinha”. Viramos motivo de chacota dentro e fora de casa.
O textos observam que o Brasil já não é mais temido ou admirado como antes. Para os especialistas, a Seleção se tornou previsível, sem brilho coletivo, e com jogadores individualistas que dependem mais de lampejos do que de um estilo de jogo bem definido. Alguns jornalistas citam que o Brasil de hoje, mesmo com talentos medianos, parece preso a um passado glorioso que não se traduz em conquistas recentes. A goleada sofrida foi vista como a confirmação de um ciclo em declínio.
Frases como “humilhação”, “colapso”, “chacota” e “crise de identidade” aparecem na análise de quase todos os jornais, que critica não só o desempenho técnico da equipe, mas também a postura. Como a declaração do Raphinha antes do jogo, prometendo “dar porrada” nos argentinos. A mídia nacional e internacional destaca que essa arrogância, antes justificada por uma história vitoriosa, hoje soa vazia diante de uma realidade muito mais dura.
Alguns afirmam que o Brasil se tornou vítima de seu próprio prestígio: “sempre se espera muito do Brasil, mas o excesso de elogios pode enfraquecer”. A crítica se estende à estrutura do futebol brasileiro, à falta de um projeto consistente, e à sucessiva troca de treinadores. ( Dorival foi mandado embora 3 dias depois da goleada vexatória ).
A repercussão do vexame não deixa dúvidas: o mundo do futebol está olhando com estranheza para uma Seleção que, apesar de ainda revelar alguns talentos individuais, parece ter perdido o fio da meada coletiva. A canarinha, que um dia foi sinônimo de respeito, plasticidade, beleza e excelência, agora luta para reencontrar seu caminho ou, ao menos, para evitar o abismo que se
desenha para a próxima copa que já está batendo às portas ano que vem`.
“Malandro é malandro, mané é mané”

“O preço do subdesenvolvimento é a eterna ignorância”. Essa frase do jornalista Luis Nassif, feita para alguns descalabros da economia tupiniquim, se aplica muito bem ao nosso futebol. A ignorância que não aceita mudanças para melhor, que tem pavor dos mais inteligentes e competentes, pois seriam ameaças aos privilégios da “lei de Gerson”, que não consegue enxergar que a evolução traria ganhos para os próprios ignorantes. Mesmo iniciando a mais importante competição do país e o descalabro é o mesmo de décadas. A desgraça, a chaga pestilenta dos principais estaduais só acabou há pouco, com uma partida abaixo da crítica no Itaquerão. E estou falando do estadual que os “especialistas” da mídia do eixo dizem ser o “pica das galáxias”. O GE publicou reportagem mostrando que mais de 130 clubes ficaram inativos a partir de agora com o fim dos rurais.
Quando a seleção toma goleadas como essa contra a Argentina, ou aquele 7 x 1 da Alemanha, comoção nacional e gritos por mudança pipocam Brasil afora. Passados alguns dias, “tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Essa esculhambação é antiga e vai continuar piorando, porque ninguém tem poder para mudar a forma das eleições na CBF. Os clubes, com seus caros elencos e torcidas gigantes, razão de ser de tudo e que proporcionam movimentação de dinheiro incalculável, não têm força nenhuma para mudar, já que o sistema eleitoral é feito e modificado por quem está no poder, que por sua vez não quer entregar a rapadura de jeito nenhum. O fenômeno até que tentou aproximar do “covil de raposas”, para apresentar um projeto de mudança, nem recebido foi pela máfia das federações que mamam na teta da CBF.
Mesmo com arbitragem ruim, gramados péssimos tipo pastos, os presidentes das federações acharam ótimo a gestão do “índio”, tanto que o reelegeram.”
Com tudo isso, vemos a decadência de um futebol que já foi copiado por muitos, e que hoje tenta copiar. Isso não é demérito. Como dizia Armando Nogueira, “Copiar o bom é melhor que inventar o ruim". Essa frase se encaixa muito bem para nós, porque é melhor a gente procurar melhorar se espelhando nos outros que estão dando certo, do que ficarmos achando que ainda somos nós que ditamos o ritmo do futebol mundial. “Vai vendo Raimundo, vai vendo Raimundo”…!!!
Texto By: Roberto Vieira
Jornalista e Comentarista Esportivo