Publicado em 17/03/2012 as 12:00am
Espanhol barrado no Rio afirma ter sofrido retaliação
Espanhol barrado no Rio afirma ter sofrido retaliação
"Achei indignante esse caso [da brasileira]. Me solidarizo com os brasileiros desrespeitados em Madri e nos postos de imigração da Europa e milito contra isso, mas não acho que a solução seja usar as pessoas como moeda de troca", disse ele ontem, em Madrid, após 32 horas de voo.
"O Brasil podia reproduzir outras políticas da Europa e não essa nossa de controle de imigração, que é execrável."
O arquiteto, que já havia estado duas vezes no Brasil para pesquisas e conferências, alegou não saber que, desta vez, precisava de visto.
"Ninguém me informou nem eu busquei me informar. Evidentemente que se soubesse teria feito o visto daqui."
Soto contou ter sido parado pelo controle de imigração ao apresentar seu doutorado como motivo de entrada.
O policial -que tinha seu passaporte espanhol em mãos, mas não mencionou sua nacionalidade em nenhum momento- chamou um superior que, diz Soto, chegou a ligar para a UFRJ, mas recusou o certificado de matrícula que o arquiteto apresentou.
"Desde o início ele me dizia: você vai voltar para casa hoje."
Embora barrado, Soto já tramita em Madri o visto de estudante para voltar ao Brasil e cursar o doutorado.
Em duas semanas, o Brasil começa a aplicar formalmente aos espanhóis que entrarem no Brasil as mesmas exigências de Madri a brasileiros.
Para barrá-lo, os agentes federais tomaram como base a decreto 86.715, de 1981, que trata da situação jurídica do estrangeiro no Brasil. O artigo 51 diz que o estrangeiro pode ser impedido de entrar por falta de documentação.
A coordenação do curso de doutorado da Escola de Comunicação da UFRJ, em que ele está matriculado, informou que a seleção dos alunos é feita por critérios acadêmicos.
"A UFRJ não tem função de polícia", afirma Ivana Bentes, coordenadora do curso.
Fonte: (da uol)