Publicado em 23/09/2017 as 2:00pm
NY proíbe polícia de perguntar status migratório
A ordem executiva foi assinada pelo Governador Andrew Cuomo.
Em meio ao debate nacional sobre imigração, na sexta-feira (15), o governador de Nova York, Andrew Cuomo, assinou uma ordem executiva que proíbe os órgãos estaduais e a Polícia Estadual de perguntar ou divulgar o status migratório das pessoas. A decisão é a mais recente das autoridades nova-iorquinas para impedir as tentativas do governo federal no combate à imigração ilegal e o impasse com relação à possibilidade de deportação de imigrantes jovens.
“Enquanto Washington (DC) se atrapalha para anular uma política migratória sensível, nós estamos agindo para proteger todos os nova-iorquinos das ações sem ordem judicial do Governo”, disse Cuomo através de um comunicado.
Várias cidades na região norte do estado, incluindo Rochester, Kingston e Syracuse, se autodenominaram “cidades santuários”, significando que elas, na maioria dos casos, não usarão os recursos financeiros municipais para fazer cumprir as leis migratórias e financiar políticas federais.
De acordo com o jornal Brazilian Voice, a ordem executiva assinada pelo governador democrata, que vai contra as políticas migratórias recentes da administração Trump, somente permitirá perguntas sobre o status migratório de uma pessoa se for “necessário para determinar a elegibilidade para um benefício ou serviço”. A lei estadual também não permitirá que seja perguntado o status migratório a menos que seja investigada uma atividade ilegal ou criminosa. Por exemplo, o status migratório não será questionado se uma pessoa pedir ajuda à polícia ou for vítima ou testemunha de um crime.
Cuomo, que tentará o 3º mandato em 2018 e é considerado um candidato presidencial em potencial em 2020, iniciou o “Liberty Defense Act”, uma iniciativa pública-privada de defesa legal aos imigrantes que começou com a verba de US$ 10 milhões, em março. Nova York possui quase 4.4 milhões de imigrante, o segundo estado depois da Califórnia.
O líder do Partido Conservador no estado, Michel Long, criticou a ordem executiva.
“Com o gesto de uma caneta o Governador Andrew Cuomo comprometeu a essência do que faz Nova York o Estado Império (Empire State)”, disse ele através de um comunicado. “Os imigrantes que contribuíram tanto para o nosso Estado Império vieram legalmente. Eles esperaram na fila e respeitaram as regras da lei”.
Entretanto, ativistas defensores dos direitos dos imigrantes elogiaram a ordem executiva de Cuomo.
“A ordem executiva de hoje é a maior vitória para as comunidades imigrantes e é uma das políticas de confidencialidade na nação”, disse Javier Valdés, diretor executivo do Make the Road New York.
Fonte: Redação - Brazilian Times