Publicado em 2/04/2018 as 10:00am
Veterano de guerra deportado consegue Cidadania dos EUA
Estudos realizados pela ACLU estimam que mais de 230 veteranos de guerra já foram deportados.
Um veterano deportado que abriu uma clínica de saúde para outros veteranos deportados em Tijuana, no México, conseguiu a cidadania nos Estados Unidos.
Hector Barajas-Varela foi deportado há 10 anos. Na quinta-feira (22/03), de uniforme e cercado de simpatizantes e companheiros deportados, Barajas-Varela recebeu as notícias do Departamento de Segurança Interna.
Ele nasceu em Zacatecas, no México, e chegou aos EUA com seus pais quando ele tinha apenas 7 anos de idade. Ele cresceu no país e se alistou no exército em 1995.
Ele recebeu inúmeros elogios e prêmios, incluindo a Medalha de Comenda do Exército e a Medalha de Serviço Humanitário. Ele foi honrosamente dispensado em 2001.
Após seu serviço no exército, Barajas-Varela disse que tinha dificuldade em se adaptar à vida civil. Ele disse que se tornou viciado em drogas e, em 2002, foi condenado a dois anos de prisão e quase um ano de detenção depois de não ter contestado a acusação de atirar em um veículo ocupado.
Uma vez liberado, ele foi colocado sob custódia da Immigration and Customs Enforcement (ICE), que o deportou para Nogales, Sonora.
Em entrevista à Associated Press, Barajas-Varela disse que não conseguiu se adaptar à vida no México, um país com o qual não estava familiarizado, e voltou aos EUA e foi deportado novamente em 2010.
Após sua segunda deportação, Barajas-Varela se estabeleceu em Tijuana, onde trabalhou diretamente com o Departamento de Assuntos de Veteranos (VA) dos Estados Unidos em San Diego para abrir uma clínica de saúde para outros veteranos deportados.
Através da clínica, ele ajudou dezenas de veteranos a receber benefícios, incluindo exames psicológicos, conselheiros de emprego e ajuda de advogados.
Ele recebeu um perdão total do governador Jerry Brown em dezembro de 2017 e esperou a sua cidadania desde então. Ele fará o juramento de naturalização em 13 de abril, em San Diego.
"Finalmente, depois de anos de luta pelos direitos dos veteranos deportados em retornar aos EUA, Hector poderá voltar para casa como cidadão americano", disse Jennie Pasquarella, diretora de direitos dos imigrantes da ACLU da Califórnia.
O ex-deputado estadual da Califórnia, Nathan Fletcher, também um veterano, representou vários deportados que buscavam o retorno de Barajas-Varela aos EUA. "Todos os soldados têm o direito de voltar para casa", disse ele em um comunicado à ACLU.
Um estudo publicado no ano passado realizado pela ACLU estimou que mais de 230 veteranos de guerra das Forças Armadas dos EUA foram deportados. Em 2016, havia mais de 300 mil veteranos que viviam nos EUA e que não nasceram no país, um terço dos quais não haviam processado sua cidadania.
Fonte: Redação - Brazilian Times