Após dois anos, brasileira consegue trazer filhos de volta para os EUA

Viviane Leite, 30 anos, está aprendendo a ser mãe novamente. Ela já passou da fase de fraldas com Christyan e Gabriel, agora com 9 e 7 anos. A brasileira se lembra de ensiná-los a amarrar os sapatos e dizer por favor, anos atrás.

No entanto, o último mês foi um território desconhecido para Leite, uma mulher que mora em Ocean Town (Maryland) que passou dois anos separada dos seus filhos depois que o pai levou as crianças para o Brasil. A história se tornou um caso internacional de sequestro que envolveu vários sistemas burocráticos em dois continentes.

Leite, uma brasileira que vive indocumentada nos Estados Unidos, teve que lutar com os sistemas de justiça criminal nos EUA e no Brasil, tribunais de custódia nos dois países e agência de imigração norte-americana, que dificultou o processo pelo seu status de imigração.

Mesmo assim a brasileira vencei, contra as probabilidades mais difíceis. Em meio à repressão do governo federal contra a imigração ilegal, os funcionários do Immigration and Customs Enforcement (ICE) concederam um raro indulto para reunir ela e seus dois filhos, incluindo um que não tem status legal no país.

"É muito raro, dadas as ordens de deportação, três audiências diferentes em dois países diferentes, e ela ganhou cada uma", disse Andres Mejer, um advogado de imigração que representou Leite.

A provação não acabou. Sua próxima luta: ajudar seus filhos a se reajustarem à vida nos Estados Unidos. "Eu não sei ainda que tipo de dificuldade eu vou encontrar porque preciso aprender o que eles gostam", disse Leite. "Eles precisam se acostumar comigo de novo. Eu aprendo com eles".

O sequestro foi a culminação da tumultuosa relação de Leite com o pai dos meninos, Antônio Carlos Dias Jr., que também viveu como imigrante indocumentado nos EUA.

Leite e Dias se conheceram nos EUA por volta de 2005 e passaram um pouco mais de uma década juntos. Eles conceberam um filho, Christyan, nos Estados Unidos, antes que uma briga doméstica levasse o brasileiro a um processo de deportação.
Quando Dias foi deportado em 2008, de acordo com Leite, ele a convenceu a voltar ao Brasil e levar o bebê.

O casal teve um segundo filho, Gabriel, em 2010, enquanto moravam no Brasil.

Leite disse que eles brigaram durante toda a sua estadia no Brasil, mas em 2014, ela o seguiu e entrou nos EUA pela fronteira com o México e os dois filhos.

A família acabou chegando à costa, mas a situação doméstica piorou. Quando ela terminou o relacionamento com Dias em 2016, ele supostamente a atacou em sua casa, em Long Branch (New Jersey).

Depois ele conseguiu sair do país com as crianças, levando-as para o Brasil. Desde então uma intensa briga judicial foi travada.

Fonte: Redação - Brazilian Times