Publicado em 29/06/2018 as 10:00am
Presa por sete meses, brasileira vira símbolo da luta contra separação de famílias nos EUA
Uma mulher brasileira e ativistas dos direitos dos imigrantes ficaram felizes e aliviados depois...
Uma mulher brasileira e ativistas dos direitos dos imigrantes ficaram felizes e aliviados depois que uma juíza federal ordenou que oficiais do governo reúnam pais imigrantes com seus filhos. Mas, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (27), eles afirmam que a batalha, em nome da mulher e de outros imigrantes, está longe de terminar.
Jocelyn, de 32 anos, é uma das duas queixosas em um processo que desafia as políticas de imigração da administração Trump. Na noite de terça-feira, 26, o juiz que proferiu o caso emitiu uma liminar que exige que todas as crianças afetadas pela política de "tolerância zero" sejam reunidas com seus pais em 30 dias.
Jocelyn, que veio para os Estados Unidos em agosto do ano passado na esperança de receber asilo, foi detida na região de El Paso, no Texas, enquanto seu filho adolescente foi mandado para um abrigo em Chicago.
Ela e seus defensores elogiaram a juíza Dana Sabraw, nomeada por George W. Bush, em San Diego, por emitir a liminar. "Eu me envolvi nesta causa para me reunir com meu filho", disse ela na quarta-feira em El Paso. “Também luto pelas mães que passaram por isso comigo. Eu fiquei presa por sete meses. Isso é injusto”, continua.
Jocelyn, que fala português e aprendeu espanhol enquanto conversava com outros pais durante sua detenção, conversou com membros da mídia local e nacional durante uma coletiva de imprensa no abrigo da Casa Vides, no centro de El Paso.
Ela e os outros envolvidos no processo são identificados em documentos judiciais apenas por iniciais, e seus advogados dizem que estão retendo seu nome completo para a sua proteção. A brasileira disse que deixou o Brasil para fugir de um relacionamento abusivo e porque gangues estavam ameaçando seu filho.
Desde que foi libertada, ela está morando na Casa da Anunciação, uma organização sem fins lucrativos que fornece apoio aos imigrantes. A brasileira se reuniu com seu filho, de 15 anos, James, no início deste mês.
Nesta semana, mais de 32 pais migrantes foram libertados da detenção em El Paso depois que o presidente Trump assinou uma ordem executiva que pôs fim à separação das famílias. Em abril, o governo ordenou a separação dos pais de seus filhos, na fronteira dos EUA com o México, sob a política de “tolerância zero”.
Agora, Jocelyn e defensores dos direitos dos imigrantes em El Paso estão pedindo a libertação de todos os pais e crianças da detenção. “Eles seriam bem-vindos em abrigos amigáveis aos migrantes”, disseram eles.
"Eles têm o poder de deixar todos saírem agora", disse Taylor Levy, coordenador jurídico da Casa da Anunciação.
Linda Rivas, diretora executiva e advogada do Centro de Defesa de Imigrantes de Las Americas, disse que a decisão do tribunal de reunir as famílias é boa, mas não será o fim de uma luta contínua para libertar imigrantes em detenção.
"Não podemos parar nossa luta e não podemos tirar os olhos do que continua acontecendo em nossas fronteiras", disse ela. "Sabemos que a detenção familiar provavelmente chegará em breve e precisamos enfrentar isso".
Jocelyn, que estava animada na quarta-feira, disse que seu filho está mais feliz por estar com ela. Sua atenção está em obter asilo e espera que a decisão do tribunal ajude a reunir outras mães com seus filhos. "Eu peço que Deus nos ajude neste caso", disse ela. “Há muita injustiça com as mães e a separação de seus filhos. Isso é muito difícil para as famílias”, finalizou.
Fonte: Redação - Brazilian Times