Publicado em 30/07/2018 as 12:00pm
Juiz libera entregador de pizza detido em base militar
O Brazilian Times noticiou a prisão do imigrante Pablo Villavicencio que, em junho, foi preso...
O Brazilian Times noticiou a prisão do imigrante Pablo Villavicencio que, em junho, foi preso pelo Immigration and Custons Enforcement (ICE) ao entregar pizza em uma base militar em New York. Mas, no dia 24, um juiz federal determinou a liberação dele.
O equatoriano Pablo Villavicencio Calderón foi liberado imediatamente do centro de detenção em New Jersey.
O magistrado explicou que a liberação de Villavicencio é necessária, pois a deportação eminente dele dos EUA não era mais razoavelmente provável. Ele poderá permanecer no país enquanto tenta se tornar um residente legal permanente (green card). O entregador de pizzas aplicou para a legalização depois que se casou com uma cidadã americana, com quem ele tem duas filhas menores.
O promotor público geral assistente, Joseph Cordaro, pediu para que o caso fosse transferido para New Jersey.
Villavicencio foi detido em 1 de junho, após não conseguir apresentar uma prova de identificação apropriada na portaria do Fort Hamilton, no Brooklyn (NY). A verificação de rotina dos antecedentes dele revelou que ele possuía uma ordem de prisão por ter violado as leis migratórias. Ainda em junho, o ICE informou que um juiz de imigração permitiu que Pablo saísse voluntariamente dos EUA, em março de 2010, mas ele não obedeceu a ordem.
Entenda o caso:
Pablo, morador em Long Island City (NY), relatou que foi à Base Fort Hamilton na sexta-feira (1) para entregar o pedido de uma macarronada a um sargento e mostrou ao guarda na portaria a sua cédula municipal de identidade (IDNYC). Uma vez no interior do prédio, um vigia exigiu mais documentos de identificação e vasculhou os antecedentes do entregador, descobrindo que ele tinha uma ordem de deportação emitida em 2010. Os agentes do ICE foram acionados.
Villavicencio é “um homem que não quer nada mais do que ficar com a esposa dele e filhas”, disse na ocasião Natália Aristizabal, ativista do grupo Make the Road New York. “Apesar de estarmos desapontados com o fato de ele permanecer detido por enquanto, a nossa comunidade fará o possível para trazê-lo de volta à família dele; onde ele pertence”.
Antes de a ordem judicial de permanência ter sido emitida, Sandra Chica tinha dúvidas se levaria as duas filhas para ver o pai delas. “Essa semana tem sido muito dura para elas. A minha filha de 4 anos está bastante estressada e com medo de tudo, então, eu não quero expô-la a mais coisas”, disse ela. “Isso não é lugar para crianças”.
No sábado (9), o Governador Andrew Cuomo escreveu uma carta de apoio ao entregador de pizza para Thomas Decker, diretor do ICE na jurisdição de Nova York. Essa foi a segunda carta do governador entre muitas outras. “A remoção acelerada do Sr. Villavicencio não serve a nenhum propósito legítimo de manutenção da segurança pública e a circunstâncias que levaram à prisão dele levanta preocupações sérias que garantem investigação apropriada”, escreveu Cuomo.
A Deputada Nydia Velazquez estava entre os muitos políticos e ativistas que pediram a liberação do entregador de pizza. “O Sr. Villavicencio não possui antecedentes criminais, trabalha arduamente para sustentar a família e paga impostos”, escreveu ela numa carta também assinada pela Deputada Federal Kathleen Rice. “Ele deveria ser autorizado a voltar para casa em Long Island, para que possa continuar a sustentar a família dele”.
Boicote à Base Militar:
Na ocasião, restaurantes e lanchonetes nas proximidades da base militar no Brooklyn (NY), que denunciou Pablo ao ICE, se recusaram a enviar seus próprios trabalhadores ao local. “Eu não vou enviar os meus rapazes mais lá”, disse Josefina Cardoso, proprietária do restaurante El Puente, em Bay Ridge (NY). “Eu realmente me sentiria culpada se algo acontecesse”.
Josefina, de 45 anos, mexicana naturalizada americana, disse que faria as entregas ela mesma, mas os trabalhadores na região queriam boicotar a base militar devido ao tratamento dado a Villavicencio. “Algumas pessoas dizem aos seus patrões ‘eu não vou”, relatou o cozinheiro e entregador Emanuel Kabrinny, de 34 anos. “Eu não vou também. Se eles querem comida, então, que eles venham aqui (para pegar)”.
Fonte: Redação - Brazilian Times