Publicado em 1/08/2018 as 12:00pm
“Ele não é mais o mesmo”, diz brasileira ao rever filho separado na fronteira
Antes que eles fossem separados na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, o filho de Ana...
Antes que eles fossem separados na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, o filho de Ana Carolina Fernandes, Thiago, de 5 anos, gostava de brincar com os Minions, personagens amarelos dos filmes "Meu Malvado Favorito". Agora sua brincadeira preferida é apalpar e prender "migrantes" com algemas de plástico.
Depois de ser separado da mãe durante 50 dias, Thiago não é o mesmo menino que foi tirado dela por agentes da Patrulha de Fronteiras dos EUA quando vieram do Brasil, disse Fernandes na semana passada.
Quando eles chegaram em casa após se reencontrarem, o menino, que ela não amamentava havia anos, implorou para mamar. Quando chegaram visitas à nova casa da família em Filadélfia, ele se escondeu atrás do sofá. "Ele está assim desde que o recuperei", disse Fernandes. "Não quer falar com ninguém."
Thiago é uma das quase 3.000 crianças que foram afastadas à força do pai ou da mãe na fronteira nesta primavera, como parte da nova política de imigração de "tolerância zero" do governo Trump. Depois de uma reação nacional, o presidente Donald Trump acabou com as separações familiares em 20 de junho, e mais de 1.800 crianças separadas foram reunidas aos pais nas últimas semanas.
Mas muitas das crianças libertadas dão sinais de ansiedade, introversão, regressão e outros problemas de saúde mental, segundo relatos de advogados, defensores de imigrantes e voluntários que trabalham com as famílias reunidas.
Em outro caso, um menino de 3 anos que foi separado de sua mãe fingia algemar e vacinar pessoas ao seu redor, comportamento que quase certamente presenciou sob custódia da Polícia de Imigração e Alfândega, segundo os profissionais que o assistem. Uma dupla de irmãos pequenos irrompeu em lágrimas quando avistou policiais na rua.
A maioria das crianças que experimentam problemas até agora demonstra ansiedade aguda em torno de rotinas que os separam brevemente de seus pais, como quando o adulto toma banho ou vai para outro cômodo, segundo os que monitoram esses relatórios.
As separações foram duras para as crianças em parte porque os próprios pais estavam traumatizados. Em alguns casos, as crianças foram arrancadas dos braços dos pais entre lágrimas e súplicas.
Outras crianças parecem ter sido enganadas, já que lhes disseram que iam brincar com outras crianças, mas não foram devolvidas aos pais.
Fonte: Redação - Brazilian Times