Publicado em 29/08/2018 as 10:00pm
Governo autoriza que imigrante deportado retorne aos EUA
O processo de deportação foi iniciado depois que Carlos Bringas Rodriguez não compareceu à audiência na Corte porque nunca recebeu notificação.
No dia 21, o governo federal dos EUA permitiu que o mexicano Carlos Bringas Rodriguez, de 27 anos, HIV positivo, retornasse aos EUA para o marido americano, Michael Young e a sobrinha de 12 anos que o casal cria como filha. Entretanto, o reencontro ocorreu depois do pesadelo no qual Rodriguez foi detido em Kansas, em 20 de dezembro de 2017, e, dias depois, largado no lado mexicano da fronteira com um estoque pequeno de retrovirais para o HIV e o aparelho celular dele.
Durante a viagem de 8 horas, o avião fretado pelo governo lotado de outros imigrantes também deportados, Carlos estava algemado e foi proibido de ir ao banheiro, detalhou a advogada dele, Munmeeth Soni, diretor do Immigrant Defenders Law Center, em Los Angeles (CA).
“Ele realmente está traumatizado e abalado”, disse ela. “Os agentes de imigração debocharam dele e somente permitiram que ele telefonasse para o marido dele porque chorava incontrolavelmente”.
O incidente é o desdobramento mais recente na luta de 8 anos de Rodriguez para conseguir asilo nos EUA para evitar a continuação do que ele diz ter sido estupros e abusos sexuais repetitivos por parentes e vizinhos na cidade natal de Veracruz. Em 2013, o Tribunal de Apelações do 9º Circuito decidiu a favor dele depois que tribunais de imigração haviam decidido contra, alegando que ele falhou em provar que estaria em perigo no México. Desde então, Carlos tinha que comparecer periodicamente no escritório do Departamento de Imigração (ICE).
Segundo Soni, o processo de deportação foi iniciado depois que Rodriguez não compareceu à audiência na Corte porque nunca recebeu notificação. Logo depois, Ela e Rekha Sharma Crawford, outra advogada de Carlos, contataram o 9º Circuito, que emitiu uma ordem exigindo que o governo imediatamente enviasse-lhe os remédios para HIV e o trouxesse de volta ao marido em Kansas City.
“No México, o peticionário está atualmente horrorizado, trancado num quarto de hotel e o estoque de remédios para o HIV dele está acabando rapidamente”, detalha a apelação. “Ele não terá como conseguir esses medicamentos quando eles acabarem daqui a 9 dias. “Uma vez que o peticionário não pôde contatar nenhum parente direto antes da remoção dele e o DHS (Departamento de Segurança Nacional) calculadamente omitiu essa informação aos advogados e familiares, ninguém foi capaz de se organizar para garantir os remédios ao peticionário”.
Agora, Rodriguez retornar para obter o asilo legal nos EUA. Comumente, ele poderia ser patrocinado para obter a residência permanente (green card) pelo esposo, mas estava impedido de fazer isso por 10 anos, pois entrou clandestinamente 2 vezes nos EUA durante a adolescência.
O México provê tratamentos contra o HIV, mas, detalhou Soni, o fato de Rodriguez ser soropositivo o torna ainda mais vulnerável à perseguição lá.
Fonte: Redação - Brazilian Times