Menino separado dos pais não reconhece mãe em reencontro

Alguns poucos meses bastaram para que uma família de imigrantes ilegais quase ruísse em função da separação. O casal de Honduras, Ever Reyes-Mejia e sua esposa (que não teve o nome divulgado), resolveram entrar separadamente nos Estados Unidos. E ambos foram presos em suas tentativas.
Cada um deles foi com um de seus dois filhos, em períodos diferentes. Ever entrou com Sammy, de cinco anos, em abril último. Pouco tempo depois foi a vez da esposa entrar com a filha de cinco meses.

Amãe revelou nesta semana para a mídia que em julho, quando finalmente toda a família se reuniu novamente, após ficarem presos, Sammy se recusou a abraçar a mãe, como se não a estivesse reconhecendo mais. As cenas foram divulgadas há alguns dias pela ACLU (American Civil Liberties Union).

No aeroporto, ela ficou desesperada e chorou, perguntando ao marido o que estava acontecendo. E falava ao filho. "Eu sou sua mamãe."

Quando tentaram entrar no país, meses antes, em vez de se reunirem dentro de território americano, fugindo da violência das gangues em Honduras, eles acabaram vivendo um drama, conforme conta o site da ACLU.

Sammy, de 3 anos, dormia ao lado de Ever, no chão, com um cobertor de emergência, em um centro de detenção do Texas.

Ao ser chamado por um funcionário de imigração, Ever deixou o menino no local, dormindo, com a garantia de que não havia necessidade de acordá-lo, já que sua ausência seria breve. Mas não foi assim. Sammy foi levado para uma agência de assistência social em Michigan.

Eles só foram se reencontrar em 10 de julho, mais de dois meses depois. Isso muito em função de um juiz federal, em 26 de junho, ter acatado pedido da ACLU e ordenado a interrupção da separação das famílias de imigrantes presos na fronteira.

O reencontro entre pai e filho ocorreu em uma estação do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Aduanos dos Estados Unidos) em Grand Rapids, Michigan. Mas ainda havia outra etapa a ser superada: o reencontro de toda a família, já que a esposa e a filha, que ficaram presas juntas, foram libertadas em Houston, para onde viajou o lado masculino da família.

Então, Sammy, que já havia se recusado a falar por telefone com o pai, não aceitou o abraço da mãe, mostrando que o choque das crianças é muito grande nestas situações, por mais que haja o reencontro. Ele parecia não reconhecê-la. Em casos como este há, muitas vezes, o temor e a insegurança de que seus pais vão sumir novamente.

Após alguma insistência, Sammy finalmente abraçou a mãe, aliviada em poder ver novamente o filho. "Eu contei os minutos até que eu o vi, e quando eles me disseram que ele estava a caminho eu senti que o queria aqui naquele segundo, minha alma não aguentou, mas estou feliz com meu filho."

Eles permanecerão nos EUA, mas ainda com destino incerto, usando tornozeleiras. Independentemente disto, a esposa agora quer recuperar o tempo perdido e ajudar o filho a recuperar a tranquilidade. E, mesmo sem saber se eles conseguirão permanecer, ela pode pelo menos respirar aliviada.

Fonte: Redação - Brazilian Times