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Publicado em 10/09/2018 as 5:00pm

Pais deportados continuam esperando regresso de filhos mantidos nos EUA

Pablo Domingo não está dormindo muito ultimamente. Ele mal se alimenta e não consegue...

Pablo Domingo não está dormindo muito ultimamente. Ele mal se alimenta e não consegue concentrar-se no trabalho. Seus pensamentos estão, dia e noite, voltados para seu filho, Byron, de oito anos, que não vê desde maio. Foi quando Domingo e o menino entraram nos Estados Unidos ilegalmente, procedentes do México.  As autoridades da imigração prenderam e então separaram os dois - deportaram o pai para o seu país de origem, a Guatemala, e enviaram a criança para um abrigo no Texas.

Domingo, a esposa Fabiana e a filha de 12 anos querem que Byron volte para casa. Byron também quer voltar para casa. Entretanto, no final de agosto, o menino começava o quarto mês longe dos pais e da irmã, sem a perspectiva de qualquer solução do seu caso. “Meu filho é pequeno. Está muito triste”, falou Domingo na casinha simples da família, nas montanhas do oeste da Guatemala.

“Aqui a gente se abraça”, prosseguiu, indicando a esposa e a filha. “Mas meu filho está lá sozinho. Quem vai abraçá-lo?”

A maioria das cerca de três mil famílias que foram separadas na fronteira, de acordo com o programa “tolerância zero” do presidente Donald J. Trump, que visava impedir a imigração ilegal, já puderam reunir-se graças a uma sentença dos tribunais.

Mas em mais de 500 casos, as crianças continuam separadas dos pais, inclusive 22 com menos de cinco anos. O seu destino está em grande parte nas mãos de organizações não governamentais que aproveitaram da brecha deixada pelo governo para o árduo trabalho de encontrar e reunir as famílias.

Mais de 300 destes casos, como o de Byron, dizem respeito a crianças cujos pais foram deportados sem elas. A maioria destas famílias é originária da Guatemala, em segundo lugar de Honduras, e depois um número menor de El Salvador e vários outros países.

Mas muitos pais que foram deportados sem os filhos, como Domingo, constataram que, em vez de acelerar o processo, deixar os Estados Unidos só contribuiu para retardar a reunião. Frequentemente, eles não entendem o complexo processo em que os seus filhos estão envolvidos, ou sequer sabem quando poderão revê-los - a incerteza é a causa de uma enorme angústia.

“É um sofrimento muito grande”, disse Domingo. “Por quanto tempo ainda o governo quer que a gente sofra? É demais”.

As autoridades americanas não quiseram comentar casos individuais a respeito de menores.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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