Publicado em 28/11/2018 as 4:00pm
Itamaraty promove evento para discutir vida de brasileiros no exterior
Nos Estados Unidos, com cerca de 1,1 milhão de brasileiros, a maioria dos problemas que chega aos postos consulares está relacionada à violência doméstica, com predomínio de mulheres brasileiras casadas com estrangeiros, e à exploração da mão de obra.
A comunidade brasileira no exterior, estimada em 3 milhões de pessoas espalhadas por cerca de 50 países, enfrenta, muitas vezes, dificuldades na imigração relacionadas a tráfico de pessoas, exploração de mão de obra, violência de gênero e problemas de saúde mental.
Para melhorar a assistência a brasileiros que passam por situação de risco no exterior, o Itamaraty vai promover em Brasília a 1ª Conferência sobre Assistência Consular: Tráfico de Pessoas, Violência de Gênero e Problemas Correlatos, que começou na terça (27) e segue até quinta-feira (29).
Participam dos debates psicólogos da rede consular, funcionários de consulados, além de acadêmicos. O encontro é promovido em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e a União Europeia.
Segundo a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Luiza Lopes da Silva, a pasta identificou que os problemas são mais recorrentes em nove países da Europa, Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Guiana e Suriname, Japão, Austrália e Líbano.
Transtornos
Na América do Sul, os casos mais graves envolvem tráfico de pessoas, exploração de trabalhadores e violência de gênero no chamado Arco das Guianas por causa do garimpo. “Temos pelo menos 30 mil garimpeiros brasileiros ali e atrás deles vem toda uma comunidade brasileira para fornecer serviços e comércio de todo tipo incluindo prostituição”, disse a diplomata.
Nos Estados Unidos, com cerca de 1,1 milhão de brasileiros, a maioria dos problemas que chega aos postos consulares está relacionada à violência doméstica, com predomínio de mulheres brasileiras casadas com estrangeiros, e à exploração da mão de obra.
“A falta de proficiência no idioma, incapacidade de se colocar no mercado de trabalho, dependência financeira, falta de rede de apoio e os choques culturais com a família do cônjuge trazem vulnerabilidade à mulher. Uma vulnerabilidade adicional é se houver filhos menores, o que impede o divórcio e o retorno ao Brasil”, diz Luiza Lopes.
Nos casos verificados de exploração no trabalho, a situação imigratória irregular deixa muitos brasileiros expostos a situações sem garantias trabalhistas e sem segurança jurídica no emprego
Entre os resultados esperados da conferência estão o compartilhamento de experiências e a capacitação dos agentes consulares para identificar os sinais de problemas que atingem os brasileiros no exterior.
Fonte: Fonte: Agência Brasil