Publicado em 19/12/2018 as 4:00pm
Família imigrante que fugiu de gás lacrimogêneo na fronteira com os EUA busca asilo
Maria Meza e suas filhas aparecem em fotografia que viralizou na internet e fazem parte de caravana que partiu da América Central
A mulher que foi fotografada ao correr ao lado das filhas procurando socorro do gás lacrimogêneo lançado na fronteira do México com os Estados Unidos conseguiu entrar nos Estados Unidos e pediu asilo, ao lado de outros imigrantes.
O grupo é composto principalmente por adolescentes, mas inclui também Maria Meza e suas filhas, que aparecem em uma fotografia que viralizou na internet, quando ela buscou socorro do gás disparado por agentes de fronteira dos EUA durante um protesto na cidade mexicana de Tijuana, no mês passado.
Milhares de migrantes de caravanas que partiram da América Central fugindo de pobreza e da violência aguardam na cidade fronteiriça de Tijuana a chance de procurar asilo. Eles enfrentam um sistema chamado "medição", que limita a quantidade de pessoas que podem solicitar esse benefício todos os dias.
Às vezes, as autoridades de fronteira nos Estados Unidos permitem que pessoas consideradas vulneráveis, como menores desacompanhados, tenham seus pedidos avaliados com mais agilidade. Ativistas disseram que o grupo se enquadra nessa categoria.
Na segunda-feira à tarde, os ativistas pró-imigrantes Jimmy Gómez e Nanette Barragán, ao lado de advogados que atuam em causas migratórias, acompanharam o grupo ao porto de entrada (lugar por onde se pode entrar legalmente em um país) de Otay Mesa, em Tijuana. Agentes de aduanas e da patrulha fronteiriça (CBP, na sigla em inglês) disseram que o porto estava lotado, e o grupo de migrantes, rodeado por advogados e defensores de direitos humanos, sentou-se para aguardar, ao lado de uma placa que marca a fronteira.
Na noite de segunda-feira, depois de mais de quatro horas de espera, funcionários da patrulha chegaram com vários menores desacompanhados para serem atendidos. Ativistas de direitos humanos em Tijuana disseram à Reuters que o processo tem sido lento há vários meses, porque há grande número de requerentes de asilo nos Estados Unidos, para onde centro-americanos, haitianos e mexicanos fogem de cidades violentas.
O grupo de solicitantes integrava as caravanas de milhares de imigrante que deixaram a América Central e chegaram a Tijuana nos últimos meses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que as caravanas são uma "invasão" e enviou vários milhares de soldados para proteger a fronteira.
Ativistas disseram que a medida pretende impedir os requerentes de obter asilo, tornando o processo árduo, enquanto as autoridades dos EUA afirmam que o sistema só existe para gerenciar o excesso de capacidade nos portos de entrada.
A CBP afirma que o número de requerentes de asilo nos portos de entrada mais que dobrou neste ano, e que conduz os processos o mais rapidamente possível.
“Como temos feito há vários anos, quando nossos portos de entrada atingem sua capacidade máxima, temos que gerenciar filas e pessoas que aparecem sem documentos", comunicou a instituição.
No início deste mês, uma mãe solteira com sua filha de nove anos pediu asilo no porto de entrada no San Ysidro depois que um congressista, que visitava o local, disse aos policiais que eles tinham a obrigação por lei de julgar o caso deles, segundo Lindsay Toczylowski, diretora executiva do Centro de Direito de Defensores dos Imigrantes.
Maria Merza, uma migrante de 40 anos, foge com suas filhas enquanto a polícia dispara gás lacrimogêneo na fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Fonte: Redação - Brazilian Times