Publicado em 20/02/2019 as 9:00am
NJ vai se juntar ao desafio da “declaração de emergência nacional” de Trump para construção do muro
New Jersey vai se unir à Califórnia e a vários outros estados em um processo que desafia a...
New Jersey vai se unir à Califórnia e a vários outros estados em um processo que desafia a declaração do presidente Donald Trump de “emergência nacional” para conseguir bilhões de dólares para o financiamento da construção do muro na fronteira sul dos Estados Unidos. A Declaração foi dada pelo Procurador-geral, Gurbir Grewal.
Em um comunicado, Grewal citou críticas de colegas democratas que disseram que Trump está envolvido em um abuso inconstitucional de seus poderes usando a “declaração de emergência” para acessar bilhões de dólares que o Congresso se recusou a autorizar.
"A verdadeira emergência nacional é um presidente que se recusa a aderir ao estado de direito", disse Grewal. "Em seu esforço para atender a alguns seletos grupos, este governo está atropelando nossa Constituição e contornando a vontade do Congresso".
O anúncio da participação de New Jersey no processo, apresentado na segunda-feira, dia 19, ocorreu horas depois de manifestantes, com sinais e sob um céu cinzento, se reunirem em cidades do estado para condenar a decisão do presidente.
Dúzias chegaram do lado de fora do prédio federal Peter Rodino, em Newark, pouco antes do meio-dia e começaram a gritar: "Vamos derrotar o ataque de Trump" enquanto alguns motoristas buzinavam em solidariedade. Uma cena semelhante aconteceu em Red Bank, onde uma multidão chegou ao Riverside Gardens Park para demonstrar descontentamento com a decisão do presidente, anunciada na sexta-feira.
"Trump levou a cabo uma tomada de poder não democrática porque está diretamente ameaçado pela nossa democracia", disse Nedia Morsy, da Make the Road New Jersey, um grupo de ativistas imigrantes. Ela falou para a multidão em Newark, que somava mais de 100 pessoas.
A administração Trump enfrenta desafios legais daqueles que não concordam com a medida, incluindo a União Americana das Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês), cujos líderes disseram que iriam lutar no tribunal contra a decisão.
O deputado Tom Malinowski, um democrata de New Jersey, disse que co-patrocinaria uma resolução para revogar a emergência. "Se a Câmara aprovar, sob o National Emergencies Act, o Senado terá 15 dias para votar", escreveu ele no Twitter. "Não se trata de construir ou parar o muro; é sobre defender a constituição".
Legisladores do próprio partido republicano de Trump também expressaram oposição à medida. O senador Marco Rubio, da Flórida, disse que a ação parece violar a Constituição e que teme que o precedente se estabeleça para os futuros ocupantes da Casa Branca.
"A emergência nacional de hoje é a segurança nas fronteiras. Mas um futuro presidente pode usar essa mesma tática para impor o New Deal Verde", disse Rubio em um comunicado.
Defensores do muro e da declaração de emergência disseram que o presidente tem autoridade e responsabilidade para proteger as fronteiras do país.
O deputado Matt Gaetz, republicano da Flórida, escreveu no Twitter no fim de semana que os crimes que ocorrem na fronteira são evitáveis. "Se tivermos uma barreira física na fronteira, onde os cartéis e traficantes não podem trazer pessoas para cá ilegalmente, nós podemos parar 100% esses crimes. #BuildTheWall", ele escreveu.
A declaração de emergência permitirá o uso de US$ 8 bilhões para construir quase 377 quilômetros de muro, disse a Casa Branca. O montante é muito maior do que os US$ 5,7 bilhões que Trump exigiu antes de assinar um projeto de lei bipartidário na semana passada para evitar outra paralisação do governo.
Em Newark, onde um enorme boneco inflável com um penteado estilo Trump se ergue sobre os manifestantes, que fizeram um momento de silêncio por três crianças imigrantes que adoeceram e depois morreram após de atravessarem a fronteira.
Fonte: Redação Braziliantimes