Publicado em 28/07/2020 as 3:00pm
Grupo de direitos civis quer interromper detenções do ICE consideradas “ilegais”
Um advogado do grupo de Direitos Civis do Texas disse que guardas de segurança privados...
Um advogado do grupo de Direitos Civis do Texas disse que guardas de segurança privados contratados pelo ICE não o deixaram falar com pessoas que buscam asilo. Elas estavam em um hotel na cidade de McAllen, e o profissional foi impedido de entrar, sendo empurrado agressivamente.
Na semana passada, um vídeo circulou nas mídias sociais, mostrando seguranças empurrando um homem para um elevador do hotel.
O homem é o advogado Andy Udelsman, que trabalha para o Texas Civil Rights Project, uma organização sem fins lucrativos. Ele foi ao hotel para saber mais sobre os detidos e possivelmente representá-los em uma ação judicial.
De acordo com o advogado, entre os imigrantes estão algumas crianças.
Udelsman disse, na segunda-feira, dia 27, que ele não estava no hotel para protestar, o que algumas agências de notícias haviam noticiado. Mas foi confrontado pela equipe de segurança privada que estava vigiando os requerentes de asilo.
"Meu último recurso foi apenas começar a gritar, esperar que talvez alguém, uma criança, nos ouvisse algumas informações básicas sobre eles, para que pudéssemos representá-los em um processo", disse ele.
No vídeo, o advogado perguntou aos homens: "Você é policial?" Um deles respondeu: "Não se preocupe com quem somos". Mais tarde descobriu que ele trabalhava para a MVM, Inc., uma empresa de segurança privada contratada pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês).
"A primeira pergunta deve ser: por que eles estão detendo crianças em um hotel?", indagou Udelsman.
O ICE tem detido crianças e adultos no McAllen Hampton Inn, de acordo com reportagem da Rádio Pública do Texas.
O advogado disse que os seguranças não o deixavam falar com os imigrantes e questionou se eles tinham autoridade para fazê-lo. Os requerentes, incluindo crianças, têm direito a um advogado, mas não a um defensor público financiado pelo governo. Eles precisam pagar por um advogado particular ou contar com advogados, como Udelsman, que oferecem serviços de caridade.
Udelsman afirmou que "o governo tenta remover crianças e requerentes de asilo deste condado o mais rápido possível". Ele acrescentou: "Eles não querem que essas crianças tenham advogados porque isso impediria sua capacidade de deportar rapidamente as pessoas do país".
Às duas horas da manhã do dia seguinte, após sua briga com os guardas, o advogado relatou que eles colocaram os requerentes de asilo em "vans brancas sem letreiros ou sinalizações" e deixaram o hotel.
Ele não sabe para onde os guardas os levaram, mas entrou com uma ação federal para descobrir o paradeiro deles e fazer com que os tribunais considerem a detenção destes solicitantes de asilo, sem permitir o acesso a advogados, "descaradamente ilegais".
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Fonte: Redação - Brazilian Times.