Família imigrante que se escondeu em igreja da Filadélfia (PA) para evitar deportação pega Covid-19

Uma família de imigrantes indocumentados que viveu quase três anos no santuário de uma igreja em Filadélfia (Pensilvânia) para evitar a deportação foi atacada pelo coronavírus. Carmela Apolonio Hernandez, 39, e seus filhos mais velhos - os adolescentes Fidel, Keyri e Yoselin – apresentaram graves sintomas da COVID-19 no final da primavera e início do verão e continuam a lutar por sua recuperação dentro da Germantown Mennonite Church.

Hernandez tem perda de memória e dor nos pulmões. Fidel, 18, ainda tem tosse, sintomas de resfriado e dores nos ossos. Yoselin, 14, tem dificuldade para respirar. “Graças a Deus, sobrevivemos, mas ainda temos problemas”, escreveu Keyri, 15, em uma carta pedindo aos funcionários do governo que ajudassem a libertar a família. “Tenho medo de ficar infectada novamente e de passar o vírus para a comunidade”.

O filho mais novo, Edwin, 11, não ficou doente.

O isolamento dentro de uma igreja pode parecer uma forma segura de evitar o vírus, que matou mais de 164.000 pessoas nos Estados Unidos. Os ativistas acreditam que as crianças foram infectadas na escola que eles puderam frequentar enquanto estavam no santuário, antes do fechamento do Distrito Escolar da Filadélfia, em meados de março.

A maioria das pessoas com coronavírus não é mais contagiosa 10 dias após o fim dos sintomas, de acordo com a Harvard Medical School. O mesmo se aplica às pessoas que apresentam teste positivo, mas nunca desenvolvem sintomas. Mas há exceções documentadas e alguns especialistas ainda recomendam 14 dias de isolamento.

O problema com as regras gerais sobre contágio e transmissão são as diferenças marcantes em como o vírus se comporta de pessoa para pessoa - razão pela qual todos devem usar uma máscara e manter uma distância física de pelo menos um metro e oitenta centímetros.

As crianças, apoiadas por membros da igreja e grupos de defesa, incluindo o Projeto de Migração Livre e o Movimento de Novo Santuário da Filadélfia, pedirão à delegação do Congresso da Pensilvânia para ajudá-los a deixar o santuário e obter assistência médica.

"A experiência de Carmela demonstra o severo impacto que o vírus teve sobre a comunidade imigrante", disseram os grupos ativistas em um comunicado. "A luta contra as políticas extremistas anti-imigrantes, a falta de acesso a cuidados de saúde e o fato de não ser elegível para quaisquer benefícios empurrou esta família lutando para ficar junta à beira do abismo".

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Fonte: Redação - Brazilian Times.