Advogada pede proteção para imigrantes testemunhas de vazamento de nitrogênio líquido que matou seis na Geórgia

Defensores dos imigrantes dizem temer que os trabalhadores de uma avicultura na Geórgia, onde um vazamento de nitrogênio líquido matou seis pessoas, não possam se apresentar aos investigadores federais por medo de prisão e deportação.

O vazamento ocorreu o dia 28 de janeiro na fábrica do Foundation Food Group, nordeste de Atlanta.

Falando em uma entrevista coletiva, a advogada Shelly Anand convocou, na segunda-feira, dia 01, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos e o Departamento de Segurança Interna (DHS) para trabalharem juntos e garantir que qualquer um dos trabalhadores indocumentados seja protegido contra a deportação.

Anand, que também é diretora-executiva da Sur Legal Collaborative, uma organização sem fins lucrativos de direitos dos imigrantes com sede em Atlanta, pediu a ambos os departamentos federais “que encontrem uma maneira de proteger esses trabalhadores, concedendo-lhes ação adiada ou presença contínua no país”.

Não ficou claro se esta proteção estará disponível. O Departamento de Segurança Interna e o Departamento do Trabalho não responderam às perguntas da imprensa sobre se os trabalhadores que estão conversando com a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA, sigla em inglês) estariam protegidos da deportação.

Dos seis trabalhadores que morreram após o vazamento, cinco eram mexicanos. Não ficou esclarecidos se eles estavam ilegalmente no país, mas essa e outras fábricas em Gainesville, o centro da gigantesca indústria avícola da Geórgia, contam com uma força de trabalho fortemente latina - geralmente uma mistura de pessoas com e sem status legal.

Anand disse que ela e outras pessoas trabalham para garantir a representação legal dos trabalhadores, o que poderia fornecer a eles alguma proteção contra a deportação.

Dos 11 outros trabalhadores e bombeiros que foram levados ao hospital após o vazamento, apenas um permanece no hospital e está em boas condições, de acordo com a porta-voz, Beth Downs, do Northeast Georgia Medical Center.

Os defensores disseram que os trabalhadores continuam a precisar de atenção médica e aconselhamento para o trauma de assistir a morte de colegas de trabalho. Eles alertaram que muitas vezes os frigoríficos tratam os trabalhadores como descartáveis. “Esse é um problema sistêmico, em toda a indústria e em outros frigoríficos em nosso país”, disse Maria del Rosario Palacios, da Georgia Familias Unidas, um grupo de defesa dos imigrantes com sede em Gainesville. “Precisamos acordar e deixar de ignorar a situação desses trabalhadores que continuaram a nos alimentar durante uma pandemia”.

Executivos da Foundation Food, dona da fábrica, não responderam à imprensa. A unidade onde houve o vazamento fabrica produtos de frango cozido para restaurantes e outras operações de food service.

No dia 30 de janeiro, um executivo da empresa fez uma vigília de oração comunitária pelas vítimas. “Estamos profundamente tristes com a perda de nossos amigos, membros de nossa equipe”, disse Nicholas Ancrum, vice-presidente de Recursos Humanos da Foundation Food.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.