ICE deporta testemunha de massacre que matou 23 pessoas em Walmart no Texas

A administração do presidente Joe Biden deportou centenas de imigrantes em seus primeiros dias, apesar de sua promessa de campanha de parar de remover ilegalmente a maioria das pessoas que estão ilegalmente nos Estados Unidos no início de seu mandato.

Um juiz federal ordenou, na semana passada, que o governo não aplicasse uma moratória de 100 dias às deportações.

Mas de acordo com as informações, nos últimos dias, o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) deportou imigrantes para pelo menos três países: 15 pessoas para a Jamaica e 269 pessoas para a Guatemala e Honduras. Mais voos de deportação aconteceram na segunda-feira, dia 01.

Não ficou claro quantos desses imigrantes foram considerados ameaças à segurança nacional ou à segurança pública ou se cruzaram a fronteira ilegalmente recentemente.

Algumas das pessoas colocadas nos voos podem ter sido expulsas sob uma ordem de saúde pública que o ex-presidente Donald Trump invocou durante a pandemia do coronavírus e que Biden manteve em vigor.

Na cidade fronteiriça de El Paso, no Texas, as autoridades de imigração deportaram na sexta-feira uma mulher que testemunhou o massacre ocorrido em um Walmart da cidade no ano de 2019 e que deixou 23 mortos.

Ela concordou em ser testemunha contra o atirador e se reuniu com promotores público locais, de acordo com seus advogados.

Rosa foi parada pela polícia, no dia 27 de janeiro, por uma luz de freio quebrada e com base em infrações de trânsito anteriores ela foi detida. Depois foi transferida para a custódia do ICE, que a deportou antes que ela pudesse falar com seu advogado, de acordo com informações de Melissa Lopez, diretora-executiva da organização sem fins lucrativos Diocesan Migrant & Refugee Services.

Rosa está sendo identificada apenas pelo primeiro nome porque teme por sua segurança em Juarez, uma cidade na fronteira entre Estados Unidos e México, conhecida pela violência e atividades de gangues.

Os registros da prisão confirmam que ela foi autuada na prisão de El Paso no dia 27 e saiu dia 29, sendo entre ao ICE e três dias depois foi deportada.

Na segunda-feira, o escritório do promotor público de El Paso confirmou em um comunicado que deu aos advogados de Rosa a documentação necessária para solicitar um visto para vítimas de crimes nos EUA. Mas o comunicado também disse que ela “não é vítima do caso de tiroteio do Walmart”, mas apenas testemunha.

Os advogados dizem que Rosa confessou ser culpada por dirigir alcoolizada em 2018 e o ICE mais tarde a libertou, destacando que as autoridades sob o comando de Trump perceberam que ela não era uma ameaça ao público.

Tanto Biden quanto a vice-presidente, Kamala Harris, se opuseram veementemente às prioridades de imigração imposta no governo Trump.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.