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Publicado em 10/11/2021 as 2:00pm

Brasileiro recebia apenas US $1 por dia para limpar maior cadeia para imigrantes dos EUA

O brasileiro Jose Soares está preso em um dos maiores centros de detenção para imigrantes nos...

Brasileiro recebia apenas US $1 por dia para limpar maior cadeia para imigrantes dos EUA Brasileiro limpava e lustrava o piso e ganhava apenas US $1

O brasileiro Jose Soares está preso em um dos maiores centros de detenção para imigrantes nos Estados Unidos há dois anos, passando a maior parte do tempo limpando banheiros e polindo pisos para receber apenas US $ 1 por dia.

Mas na semana passada, um júri federal decidiu que Soares e outros detentos que cozinham, limpam, lavam roupa e cortam cabelo em uma prisão com fins lucrativos, em Tacoma, tinham direito ao salário mínimo de Washington, US $ 13,69 a hora. A empresa multibilionária dona da prisão foi condenada a pagar mais de US $ 23 milhões em salários atrasados ​​e lucros injustos aos atuais e ex-detentos e ao estado de Washington.

De acordo com o brasileiro, após esta determinação judicial, os guardas mandaram ele parar com a limpeza. Em vez de pagar aos detidos um salário mínimo, o Grupo GEO, com sede na Flórida, suspendeu o Programa de Trabalho Voluntário durante o tempo que apela da decisão.

Soares, dois outros detidos e ativistas que monitoram as instalações ao sul de Seattle disseram que grande parte do trabalho de limpeza que costumavam realizar não é mais feito regularmente. "Ficou realmente nojento - ninguém limpava nada", disse Ivan Sanchez, um detido de 34 anos de Jalisco, no México. “Nós retomamos a nossa situação, mas ninguém varre ou esfrega. Os guardas diziam que não era função deles limpar os banheiros. Isso causou muita animosidade entre os detidos e os policiais por causa disso”, acrescentou.

Soares, que tem 44 anos de idade é natural do estado de Goiás. Ele trabalhava todas as noites das 12:00 a.m às 4: a.m. fazendo a limpeza e polimento de pisos. Ele disse que no último sábado, o chão e os banheiros em sua unidade, que então abrigava 32 homens, estavam tão encardidos que ele pediu permissão para limpá-los, apesar da suspensão do programa.

O brasileiro disse, ainda, que o fato de não poder trabalhar torna mais difícil para comprar alimentos extras, complementando o que eles consideram ser refeições inadequadas fornecidas pelo GEO.

Os guardas concordaram e ele passou quatro horas, sem receber, limpando. Ninguém teve permissão para ajudá-lo.

“Enquanto os detidos aguardam a possível indenização milionária, há muitas pessoas aqui que aquele um dólar faz a diferença”, disse o brasileiro. Embora tenha parentes fora que lhe fornecem dinheiro para gastar internamente, ele disse que usava seus ganhos todas as semanas para comprar cinco ou seis pacotes de macarrão lamen para outros detidos.

O centro de detenção - oficialmente chamado de Northwest ICE Processing Center - pode abrigar até 1.575 presos, embora a população tenha diminuído muito durante a pandemia e chegado a cerca de 400 no mês passado.

Os detentos não são estão presos por algum crime, mas são mantidos sob custódia civil enquanto o governo avalia seu status de imigração ou se prepara para deportá-los.

Duas ações judiciais foram movidas em 2017 relacionadas ao pagamento de detidos - uma pelo procurador-geral de Washington, Bob Ferguson, e outra pelos advogados dos detidos. Eles acusaram a GEO de lucrar nas costas dos trabalhadores presos.

O júri do Tribunal Distrital decidiu no dia 27 de outubro que os detidos tinham direito a um salário mínimo. O juiz Robert Bryan ordenou que a GEO pagasse a mais de 10.000 detentos atuais e ex-detentos a quantia de US $ 17,3 milhões em salários atrasados ​​desde 2014. Ele decidiu, ainda, esta semana que a empresa havia se enriquecido injustamente e deve desembolsar mais US $ 5,9 milhões para o estado de Washington.

A direção da GEO pediu ao juiz para colocar as decisões em espera enquanto se aguarda um recurso. A corporação escreveu que tem dinheiro suficiente em mãos “para pagar as sentenças vinte vezes”, mas disse que discorda das decisões.


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