Investigação mostrou aumento de falsas famílias brasileiras na fronteira dos EUA com o México

Os números recordes de brasileiros que atravessaram a fronteira do México para os Estados Unidos neste ano, chamou a atenção das autoridades, tanto brasileira quanto norte-americana. O último relatório divulgado pelo Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês) mostrou que um total de 56.881 nativos do Brasil foram detidos durante a travessia.

Com isso, a parceria entre os dois países foi reforçada no sentido de criar operações para “combater o mal pela raiz”. Com isso, em Minas Gerais alguns grupos de contrabandistas de pessoas foram desarticulados. Mas a imigração ilegal atual não envolve apenas o estado mineiro. De acordo com as informações, existem vários pontos usados pelos criminosos em todo o Brasil.

Nesta semana, a Polícia Federal chamou a atenção para a emissão de mais de 400 passaportes emitidos em Mantenópolis, cidade que fica a noroeste do Espírito Santo. Acredita-se que o número possa ser maior e que objetivo único é a imigração ilegal para os Estados Unidos.

Eugênio Rocas, Superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, disse que os altos índices de pessoas que procuram os “coiotes” no estado chamaram a atenção e apontaram um esquema de emissão de passaportes em massa em Mantenópolis. Após investigações, a PF realizou operações junto com a Interpol em busca de quadrilhas que fazem da imigração ilegal um negócio em Minas Gerais e Espírito Santo.

As investigações mostraram que para fugir de uma fiscalização mais rigorosa durante a travessia, os contrabandistas mudaram de estratégia e passaram a orientar os brasileiros a irem para a fronteira com “famílias falsas”. Isso porque regulamentação dos Estados Unidos aponta que famílias com mulheres grávidas ou acompanhadas de menores de idade que tentam entrar ilegalmente no país devem responder ao processo de deportação em liberdade, em solo norte-americano.

Através deste esquema, os coiotes emprestam crianças e até mulheres para serem usadas como parentes durante a travessia. Eles falsificam toda a documentação e fazem com que estas pessoas pareçam realmente uma família.

De acordo com as investigações, após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em uma casa no município de Fundão, os policiais encontraram dez pessoas, sendo sete adultos e três crianças. Também foram encontrados documentos e passagens aéreas. Dois adultos eram investigados pelo envolvimento na promoção de migração ilegal para os Estados Unidos.

Através da parceria entre os dois países, também se estuda uma maneira de identificar documentos falsos e assim impedir que as falsas famílias continuem a entrar nos EUA.

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