Democratas vão apresentar projeto que cria caminho para a cidadania de 8 milhões de imigrantes

Fontes do Capitólio confirmaram ao Latino Rebels no fim de semana que um projeto de lei para criar um caminho de cidadania para aproximadamente oito milhões de indocumentados será apresentado esta semana na Câmara dos Deputados.

De acordo com as informações, o novo projeto de lei, chamado de “Renovação das Disposições de Imigração da Lei de Imigração de 1929”, será apresentado em uma entrevista coletiva na manhã de quarta-feira, dia 20, pelos deputados democratas Zoe Lofgren (CA), Norma Torres (CA), Grace Meng (NY), Lou Correa (CA), Adriano Espaillat (NY) e Jesús “Chuy” García (IL), de acordo com um comunicado da Coalition for Humane Immigrant Rights de Los Angeles (CHIRLA).

“Especificamente, o projeto de lei estabelece que o candidato resida por sete anos nos EUA para solicitar um green card. Ele incorpora um componente contínuo para que a legislação futura não seja necessária para atualizar o registro do INA”, disse um comunicado emitido pelo Latino Rebels.

A Lei de Imigração e Naturalização (INA) é uma lei de 1952 que foi atualizada várias vezes desde que foi promulgada pela primeira vez, principalmente ao avançar a data de registro em que os imigrantes seriam elegíveis para um green card. O novo projeto atualizaria a data de registro substituindo uma data limite específica, exigindo que os imigrantes estejam presentes por um mínimo de sete anos para se qualificarem. “A presença de sete anos garante que o registro não se torne obsoleto com o tempo”, disse a organização.

A mudança do registro de imigração foi brevemente discutida no ano passado durante as negociações sobre o Build Back Better Act, um projeto de reconciliação fracassado que foi um foco importante para os democratas da Câmara e do Senado.

No último minuto, grupos como o FWD.us pressionaram para substituir a proposta de registro, que daria um status legal permanente a milhões de imigrantes, por uma proposta enfraquecida de proteção contra deportações, como “liberdade condicional de imigrantes”, que poderia ser revertida por qualquer presidente em exercício a qualquer momento.

Na época, a porta-voz do FWD, Alida Garcia, argumentou na MSNBC que a proposta de liberdade condicional era preferível porque estava em conformidade com as opiniões da parlamentar do Senado, Elizabeth MacDonough, sobre a política de imigração.

Ela finalmente rejeitou a proposta do FWD.

A decisão de alguns defensores do FWD e do Immigration Hub de minar o caminho da cidadania confundiu e indignou muitos defensores da imigração no Capitólio. A deputada Alexandria Ocasio Cortez (D-NY), por exemplo, denunciou notoriamente a decisão de avançar com a liberdade condicional de imigrantes sobre o registro. “Existem certos grupos de defesa, organizações nacionais, que podem ter uma pegada aqui em Washington, mas não têm presença em comunidades de imigrantes”, disse ela ao Latino Rebels em novembro. “Eles têm dificultado o progresso em algumas dessas negociações porque organizações de base reais têm pressionado pelo registro”, acrescentou.

Desta vez, os defensores estão ansiosos para avançar com a proposta do registro. “Pedimos a todos os membros do Congresso de bom coração que apoiem a “Renovação das Disposições de Imigração da Lei de Imigração de 1929. Isso proporcionaria alívio imediato aos trabalhadores essenciais, DREAMers, detentores de TPS e trabalhadores rurais”, disse Maria Mercado, porta-voz do Moviment for Justice El Barrio, uma organização do East Harlem composta principalmente por mulheres imigrantes. “Os imigrantes sempre foram trabalhadores essenciais que sustentaram a economia deste país. Isso ficou muito mais visível para todos durante a pandemia, quando eles sacrificaram e arriscaram suas vidas diariamente pela sociedade civil. Se um caminho para a cidadania não for aprovado agora, o que acontecerá daqui a alguns anos, quando todos começarem a esquecer esses esforços?”, indagou ela.