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Publicado em 22/08/2022 as 8:00am

Investigação revela que criança imigrante foi estuprada, espancada e forçada a trabalhar por falso parente

Os promotores federais apresentaram acusações contra uma família que, segundo eles, conspirou...

Investigação revela que criança imigrante foi estuprada, espancada e forçada a trabalhar por falso parente Centenas de milhares de crianças entraram nos EUA desacompanhadas

Os promotores federais apresentaram acusações contra uma família que, segundo eles, conspirou para contrabandear uma menina imigrante de 10 anos para os Estados Unidos e depois a colocou em um “inferno” onde ela foi estuprada várias vezes, esfaqueada com uma faca de cozinha e espancada regularmente.

O caso é um dos exemplos mais horríveis de imigrantes que abusam da chamada “brecha familiar”, conhecida entre os brasileiros por sistema “cai-cai”, no qual eles se entregam aos agentes de imigração como família na esperança de serem liberados.

No caso da menina agredida, ela foi liberada para um patrocinador. Isso significava que as autoridades aceitaram a palavra da família de que eles eram parentes de duas meninas guatemaltecas, aprovando-as como patrocinadora.

O Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) entregou as meninas para a família que tornando a vida delas um pesadelo.

Uma testemunha que colaborou com a investigação disse que viu uma das meninas espancada em pelo menos 20 ocasiões. Outra vez, a testemunha viu uma “lágrima” perto da boca da menina e ela disse que sua patrocinadora, Catarina Domingo-Juan, a havia atacado com uma faca porque a menina não havia cozinhado adequadamente uma refeição.  Ela afirmou que a menina já havia perdido um dente e tinha outra marca de corte no braço.

Na mais horrível das alegações, os investigadores disseram que a menina foi estuprada por quatro membros da família de Catarina Domingo-Juan, incluindo seus dois filhos.

A menina, identificada nos documentos apenas como Vítima 1, engravidou e teve um aborto espontâneo.

“Este caso é realmente um caso doentio. Mas também é terrivelmente frustrante, porque o governo federal está plenamente ciente do potencial de coisas tão horríveis a serem feitas a crianças no sistema atual, mas se recusa a implementar políticas para evitar que isso ocorra”, disse Jessica Vaughan, diretora de estudos de políticas no Centro de Estudos de Imigração.

A menina identificada em documentos judiciais como Vítima 1 chegou aos Estados Unidos em 2016, durante o governo Obama. Ela tinha 10 anos na época.

Outra garota identificada como Vítima 2 chegou em junho de 2019, no auge do aumento da imigração sob o presidente Trump.

A vítima 1 foi trazida para a fronteira em 13 de fevereiro de 2016, por Domingo Francisco-Juan, irmão de Catarina Domingo-Juan. Ele afirmou ser o pai da criança e conseguiu enganar a mãe para colocar o nome dele em sua certidão de nascimento, fabricando uma falsa prova do relacionamento.

O homem havia prometido à mãe que a menina teria uma vida melhor nos EUA com ele.

Mas Francisco-Juan também tinha pelo menos seis registros de deportações anteriores, o que os investigadores chamaram de “extenso histórico criminal”. Portanto ele foi deportado na época e a menina ficou sob custódia.

Ele, aparentemente, treinou a menina para pedir às autoridades que ela fosse enviada para morar com sua “tia” em Illinois. As autoridades entraram em contato com Catarina, a falsa parente. Na época, o Departamento Federal de Saúde e Serviços Humanos disse que que um funcionário verificou o relacionamento, as impressões digitais e examinou comprovantes de renda e endereço. Depois meses depois de sua chegada, a menina foi entregue.

As investigações revelaram que aos 12 anos, ela estava sendo enviada para trabalhar depois da escola, usando identidades falsas que afirmavam que ela tinha idade suficiente para o trabalho e também era uma residente legal. Catarina ficou com todos os contracheques pagos à menina.

A menina em certo momento disse a um confidente que não estava dormindo porque era forçada a cozinhar, limpar e cuidar das crianças mais novas da casa. A confidente, que se tornaria testemunha colaboradora dos investigadores, ficou impressionada com a história, principalmente ao ver os filhos da mulher bem cuidados enquanto a menina imigrante “aparecia suja, insalubre e com marcas no corpo”.

A testemunha disse que viu Catarina bater na menina em 20 a 25 ocasiões.

Durante cinco anos, Catarina impediu que a menina falasse com sua mãe e quando a comunicação aconteceu, a mulher exigiu que fossem pagos a quantia de US$15,000 para libertar a criança.

A outra menina, identificada como Vítima 2, foi enviada para morar com Lorenza Domingo-Castaneda, irmã de Catarina Domingo-Juan e Domingo Francisco-Juan. Ela disse aos investigadores que foi forçada a trabalhar, fazendo tarefas domésticas dentro de casa e em um hotel e uma fábrica de embalagens plásticas.

As autoridades foram informadas deste caso em 2021, depois que a vítima 1 apareceu em um hospital do Missouri, onde os médicos determinaram que ela havia sofrido um aborto espontâneo. Ela disse que não sabia que estava grávida até então.

Estas duas fazem parte das cerca de 450 mil crianças que cruzaram a fronteira nos últimos oito anos, foram consideradas desacompanhadas de um dos pais e enviadas para morar com parentes. Isso equivale a uma cidade do tamanho de Miami, Flórida.

As autoridades afirmam que depois que elas são liberadas, possui pouco contato e não sabem o que acontece em seguida.

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