Mistérios e perigo cercam os voos com imigrantes promovidos pelo governador da Flórida

Os requerentes de asilo descrevem ter sido enganados por um misterioso recrutador e uma operação cuidadosamente elaborada que tinha pouca preocupação com a segurança e bem-estar das pessoas. Um imigrante raltou que quando se juntou a um grupo  atrás de um McDonald's em uma rua ensolarada de San Antonio no início de setembro, O jovem de 27 anos sobreviveu à perigosa jornada da Venezuela e cruzou com segurança a fronteira dos Estados Unidos com o México, mas agora não tinha para onde ir.

Ele tinha sido expuso de um abrigo junto com os outros que estavam atrás do restaurante, em 8 de setembro.

As autoridades de imigração os avisaram de que ainda não podiam trabalhar legalmente. Ninguém tinha dinheiro para chegar a cidades distantes onde amigos ou familiares pudiam ajudar.

Foi quando uma mulher loira, sorridente, com um chapéu de cowboy se aproximou. Ela disse que seu nome era Perla e que poderia resolver todos os problemas.

Era o mesmo argumento que Perla estava fazendo para outros imigrantes amontoados nas ruas de San Antonio. Ela dirigia um SUV branco alugado e prometeu comida, empregos e transporte e todos confiaram nela.

Quase duas semanas depois, porém, os imigrantes questionam os esforços de Perla para atraí-los para um voo que terminou inesperadamente na rica ilha de Martha's Vineyard - uma operação política projetada pelo governador da Flórida, Ron DeSantis.

Embora DeSantis, um republicano, tenha abraçado seu papel na organização do voo, argumentando que ele protegeu a Flórida de “ramificações negativas” de um aumento na fronteira, seu escritório foi menos claro sobre o propósito de quase US$ 1,6 milhão pago a um contratado para fazer o transporte.

Mas as entrevistas feitas por vários veículos de comunicação com os imigrantes diretamente recrutados por Perla, bem como documentos judiciais e registros estaduais, mostram uma imagem de uma operação cuidadosamente orquestrada, financiada pelos contribuintes, com pouca preocupação aparente com os interesses dos imigrantes.

Alguns imigrantes dizem que foram enganados a assinar documentos depois de serem atraídos para a viagem que supostamente teria comida e estadias em hotéis. Eles afirmam que foram tratados de forma desumana.

Agora, as autoridades e defensores dos direitos humanos querem saber como ocorreu toda a operação e já avisaram que vão processar DeSantis.