Centro do ICE usa “agentes químicos” em imigrantes

Na quarta-feira, dia 01, a empresa multibilionária que administra o centro de detenção de imigrantes em Tacom, Washington, confirmou a implantação de “agentes químicos”, à medida que o conflito sobre alimentos supostamente inadequados e condições insalubres aumenta.
Os guardas do Grupo GEO, no Northwest ICE Processing Center, tomaram a medida depois que o Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos autorizou o “uso da força não letal” em resposta a um confronto durante uma inspeção de unidade habitacional que descobriu lâminas de barbear contrabandeadas.

Os detentos da unidade fizeram uma barricada em sua porta antes que os agentes químicos fossem usados, de acordo com o GEO e uma testemunha, e vários relatos dizem que uma greve de fome está ocorrendo na instalação, embora isso seja contestado pela empresa.
Maru Mora Villalpando, do grupo La Resistencia, que acompanha de perto as condições no centro de detenção, disse que o confronto de quarta-feira marcou a primeira vez que ela ouviu falar de agentes químicos sendo usados ​​na instalação, embora tenha havido relatos de gás lacrimogêneo usado em outro centro de detenção de imigrantes.

Ela também disse que um detento tentou se matar após o incidente – uma alegação que GEO e ICE negam. Um detento nesta instalação morreu de suicídio em 2018. O confronto envolve uma batalha entre autoridades estaduais que querem proibir as operações de detenção privadas e as entidades corporativas e governamentais que buscam mantê-las funcionando. Ele também destaca a maneira opaca da instalação de Tacoma, com mensagens confusas sobre quem é o responsável por uma instituição operada por uma empresa privada sob contrato com o ICE.
“Esses últimos relatórios são alarmantes”, disse o Procurador-geral de Washington, Bob Ferguson, em comunicado. “Infelizmente, eles são consistentes com as preocupações que meu escritório tem há muito tempo em relação às condições ilegais e inseguras no Northwest ICE Processing Center.”

A GEO reagiu em um comunicado, refutando veementemente as “alegações infundadas” que a empresa com sede na Flórida alegou “fazer parte de uma campanha radical de longa data para atacar os contratados do ICE, abolir a agência e acabar com a detenção federal de imigração em Washington”.

David Yost, porta-voz do ICE, escreveu em um e-mail que a agência “está comprometida em garantir que todos os que estão sob sua custódia residam em ambientes seguros, protegidos e humanos”. Ele também incluiu a foto de uma lâmina de barbear presa a um pente que foi confiscado durante a inspeção de quarta-feira. Em um telefonema anterior, Yost indicou que o ICE tinha controle limitado sobre o que acontece na instalação que leva seu nome. “Não tenho supervisão direta da GEO”, disse ele.

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