Ativista que liderou grande caravana para os EUA tem passado criminoso

Um ativista migrante que lidera uma impressionante caravana de milhares de solicitantes de asilo em direção aos Estados Unidos está no centro de uma polêmica. De acordo com as recentes informações, Luis Garcia Villagran, líder do grupo composto por quase 10.000 imigrantes que partiram de Tapachula, México, rumo aos Estados Unidos, foi condenado por sequestro quase três décadas atrás.

Villagran, autodeclarado cristão evangélico, é o responsável pelo Centro para a Dignidade Humana, e sua liderança na caravana ganhou destaque, especialmente em um momento em que os EUA enfrentam uma crise imigratória na fronteira.

O relatório indica que em 1997, Villagran foi preso no estado mexicano de Chiapas sob acusações de sequestro e conspiração, as quais ele veementemente nega.

Um juiz o condenou a 40 anos de prisão, período em que, segundo Villagran, ele enfrentou confinamento solitário e alega ter sido torturado na tentativa de obter uma confissão, resultando em um descolamento de retina.

Durante seu tempo na prisão, Villagran afirma que sua lesão não foi tratada adequadamente, levando à perda de visão em um olho. Ele alega ter sido estigmatizado como perigoso, sendo transferido para prisões de segurança máxima até que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos exigisse sua libertação, concedida em 2010.

Essa experiência traumática inspirou a criação do Centro para a Dignidade Humana, administrado por Villagran e sua esposa, Martha Martinex de la Fuente, como destaca o New York Post.

Apesar de seu passado controverso, Villagran lidera agora um grupo de 8.000 solicitantes de asilo, predominantemente da América do Sul e Central, através do México, prevendo que a caravana possa chegar a 15.000 ao longo da jornada.

"Somos os mais pobres dos pobres, aqueles que estão no auge da necessidade, aqueles de nós que não têm dinheiro para pagar por vistos ou traficantes de pessoas", declarou Villagran, conforme reportado pelo New York Post.

Enquanto isso, a crise migratória nos Estados Unidos persiste, com mais de dois milhões de detenções na fronteira nos anos fiscais de 2022 e 2023, de acordo com o Departamento de Segurança Interna. A intensificação das detenções diárias levou a US Customs and Border Protection a suspender o tráfego ferroviário transfronteiriço em cidades texanas, como Eagle Pass e El Paso, conforme noticiado pela Associated Press.

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