Caravana de imigrantes passa o Natal em marcha rumo aos EUA

Na manhã da véspera de Natal, enquanto muitas famílias mexicanas se preparavam para celebrar em seus lares, uma nova caravana de imigrantes partiu de Tapachula, no estado de Chiapas, com destino à fronteira com os Estados Unidos. Estimada em cerca de 8 mil pessoas, a multidão é composta majoritariamente por indivíduos provenientes de países da América Central e do Sul, que enfrentam a pobreza e a violência em busca de uma vida mais promissora.

Batizada como "Êxodo da Pobreza", a caravana encontrou apoio em igrejas e moradores locais durante uma parada em um parque em Chiapas. Elementos da Guarda Nacional e da polícia local acompanharam o progresso da marcha, enquanto a situação se torna cada vez mais delicada para as famílias em busca de esperança e oportunidades além das fronteiras de seus países de origem.

Os imigrantes, que enfrentam jornadas exaustivas a pé, compartilham histórias comoventes. Um homem de Honduras, em entrevista à Reuters, expressou preocupação com sua filha de três anos, doente e incapaz de continuar a caminhada. A situação ilustra as dificuldades enfrentadas por aqueles que buscam uma nova vida.

A crescente onda migratória da América Central e do Sul tem gerado alertas das autoridades do México e dos Estados Unidos. Entre a última semana de novembro e a primeira de dezembro, os números de imigrantes detidos nos pontos de travessia aumentaram em 31%, segundo a patrulha da fronteira americana.

Em resposta, as autoridades dos EUA adotaram medidas drásticas, incluindo o encerramento unilateral de postos fronteiriços e a promulgação de leis anti-imigração pelo governo do Texas. O presidente dos EUA, Joe Biden, tem sido pressionado por diversos lados, enquanto a administração de Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, levanta a voz contra tais medidas coercivas.

Em uma teleconferência oficial entre López Obrador e Biden na semana passada, a necessidade de reabrir as passagens fronteiriças foi enfatizada pelo governo mexicano para garantir fluxos comerciais dinâmicos e melhorar a relação econômica. A Casa Branca, por sua vez, destacou a urgência de medidas adicionais de fiscalização para reabrir os principais pontos de entrada na fronteira comum.

Nesta quarta-feira, uma cúpula bilateral entre altos funcionários do México e dos EUA será realizada para abordar estratégias para conter a migração. A delegação dos EUA, liderada pelo secretário de Estado Antony Blinken, discutirá as "medidas adicionais de cumprimento" exigidas por Washington para a reabertura dos pontos de passagem na fronteira.

Enquanto a caravana avança pelo território mexicano, a questão migratória continua a desafiar as relações diplomáticas e a demandar soluções estruturais. O presidente López Obrador insiste na colaboração dos EUA para enfrentar as causas fundamentais que motivam a migração massiva, destacando a importância de investimentos em países como Venezuela, Honduras, Belize e Colômbia para financiar programas sociais e de trabalho. Em meio a esses esforços, a caravana persiste, avançando centenas de quilômetros rumo a um futuro incerto, enquanto a complexa dinâmica entre nações se desenrola.

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Fonte: Da redação