Câmara dos EUA aprova medida mais rigorosa contra imigrantes após assassinato de estudante na Geórgia

No cenário político da capital dos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados aprovou na semana passada uma medida legislativa que visa impor detenção obrigatória a imigrantes condenados por furto ou roubo. Batizada como "Laken Riley Act", a proposta ganhou destaque após um trágico incidente na Geórgia, onde a jovem estudante universitária Laken Riley, de apenas 22 anos e aspirante a enfermeira, foi brutalmente assassinada enquanto corria em Atenas, em 22 de fevereiro.

As autoridades locais atribuem o crime a um imigrante que estava no país ilegalmente, tornando o caso um ponto focal na contínua batalha política sobre imigração nos Estados Unidos. A medida foi aprovada com uma margem de 251 votos a favor e 170 contra, destacando a divisão partidária sobre o tema.

Os republicanos, que lideram a iniciativa, têm usado o caso de Riley para criticar veementemente a administração Biden em relação à política de fronteira e imigração. O representante Mike Johnson, republicano da Louisiana, declarou: "Inocentes americanos, desde Laken Riley na Geórgia até a vítima de estupro de 14 anos de um imigrante ilegal em nosso estado natal, foram vitimados por aqueles que a administração Biden soltou em nosso país. Ele os está liberando para o seu estado".

Por outro lado, os democratas acusam seus colegas republicanos de explorar politicamente a tragédia de Riley. O representante Jerry Nadler, democrata de Nova York, criticou a abordagem republicana como "fundamentalmente não séria", argumentando que eles estão usando a morte de Riley como uma manobra partidária em ano eleitoral.

A proposta de lei visa modificar a política de detenção atual, exigindo que migrantes presos por crimes como furto, roubo, latrocínio ou delito de furto em lojas sejam detidos. No entanto, persistem dúvidas sobre se essas novas regras teriam evitado a libertação de Jose Ibarra, cidadão venezuelano de 26 anos, acusado do assassinato de Riley, que entrou nos EUA ilegalmente em 2022.

A votação desta legislação ocorreu poucas horas antes do discurso do Estado da União do presidente Biden, adicionando um tom ainda mais tenso ao ambiente político. O projeto de lei, se aprovado pelo Senado, sinaliza uma mudança significativa na abordagem dos Estados Unidos em relação à imigração e à segurança pública, alimentando um debate acalorado sobre o equilíbrio entre segurança e compaixão em uma nação historicamente construída por imigrantes.

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Fonte: Da redação