Defensores dos imigrantes buscam reformas imigratórias em meio a clima hostil na Flórida

Em um cenário político marcado por uma retórica intensa sobre a imigração, defensores e legisladores se reuniram em Orlando, Flórida, em uma mesa redonda organizada pela FWD.us, para discutir a necessidade urgente de reformas sensatas que façam sentido econômico. Em um ano de eleição presidencial, onde o discurso sobre a fronteira já está acalorado, ativistas pela reforma da imigração se preparam para possíveis ataques.

Julio Fuentes, fundador e CEO da Câmara de Comércio Hispânica da Flórida, destacou os desafios enfrentados pelas empresas ao tentar manter sua força de trabalho. “É um desafio para muitas dessas empresas manter sua força de trabalho”, disse Fuentes. “Mas acredito que precisamos manter essa mensagem, pelo menos para nós, em um nível alto, porque acho que quando começamos a falar em dólares e centavos, isso ressoa mais.”

Na mesa redonda, defensores e legisladores discutiram os obstáculos enfrentados tanto na Flórida quanto no nível federal para implementar reformas moderadas que beneficiem os muitos imigrantes que sustentam as economias de agricultura e turismo do estado. Ted Hutchinson, Diretor de Relações Governamentais Regionais da FWD.us na Flórida, detalhou a legislação anti-imigração que é regularmente promulgada em Tallahassee. Sob o governo de Ron DeSantis, a legislatura estadual aprovou verificações de status de imigração para empregadores, exigências para que agências de aplicação da lei cooperem com agências federais e programas estaduais para realocar imigrantes, mesmo aqueles que chegam legalmente.

Frustração e Necessidade de Ação

Legisladores democratas participantes do painel expressaram frustração com a constante introdução de projetos de lei anti-imigração, especialmente diante do consenso bipartidário de que o sistema federal de imigração está seriamente quebrado. “Em nosso país, honramos o trabalho árduo, então devemos respeitar o trabalho árduo de nossa comunidade imigrante, e não criar continuamente um ambiente onde as pessoas não se sintam bem-vindas”, disse a deputada Anna Eskamani, uma democrata de Orlando e filha de imigrantes iranianos.

O ex-deputado Carlos Guillermo Smith, que atualmente está concorrendo ao Senado sem oposição, destacou a sensação de perseguição entre as comunidades imigrantes da Flórida. Ele também criticou a administração Biden por não fazer o suficiente. “Estamos pedindo à administração Biden que use seu poder para tomar medidas para garantir que quase 3 milhões de pessoas indocumentadas nos Estados Unidos possam obter algumas dessas proteções pelas quais esperam há tanto tempo”, disse Smith.

Proteção e Oportunidades

A situação no Haiti, marcada por violência e instabilidade, foi outro tema discutido. Membros do painel instaram a administração Biden a redesignar os refugiados haitianos para o Status de Proteção Temporária (TPS). Wilna Destin, uma haitiana que chegou à Flórida anos atrás, relatou como uma designação anterior de TPS sob o presidente Barack Obama transformou sua vida, permitindo-lhe obter uma carteira de motorista, comprar uma casa e buscar educação superior.

Smith sugeriu ainda que o presidente Biden deveria facilitar o caminho para os beneficiários do programa DACA obterem vistos de trabalho. “Essas políticas que estamos pedindo que a administração Biden tome ação são políticas que têm apoio majoritário dos eleitores em estados decisivos”, afirmou.

Considerações Econômicas e Humanitárias

Além dos argumentos humanitários, Hutchinson destacou a impraticabilidade econômica do status quo. “Existem 1,1 milhão de cônjuges indocumentados de cidadãos americanos. Metade deles está aqui há pelo menos 15 anos. Falamos sobre pessoas com status misto. Literalmente, a tentativa de desarraigar pessoas e levá-las embora simplesmente não faz sentido econômico. Fazer isso terá repercussões tremendas que eu poderia continuar falando. Acho importante notar que não estamos falando apenas de alguma pessoa abstrata aleatória. Estamos falando de pessoas que vivem em nossa comunidade.”

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