Publicado em 1/07/2024 as 9:00pm
Família recebe US$ 1,5 milhão após filhos serem presos erroneamente na fronteira EUA-México
Uma família recebeu uma indenização de US$ 1,5 milhão após seus dois filhos, cidadãos dos...
Uma família recebeu uma indenização de US$ 1,5 milhão após seus dois filhos, cidadãos dos Estados Unidos, terem sido erroneamente detidos na fronteira com o México.
Na decisão de uma ação civil proferida na sexta-feira, dia 28, o juiz Gonzalo Curiel concedeu US$ 250,000 à mãe das crianças, US$ 175,000 ao menino e US$ 1,1 milhão à menina.
O incidente ocorreu em 18 de março de 2019, quando Julia, de nove anos, e seu irmão Oscar, de 14, estavam atravessando a fronteira de sua casa em Tijuana, México, para frequentar a escola nos EUA.
Ambos nasceram nos EUA e são cidadãos norte-americanos, enquanto sua mãe, Thelma Medina Navarro, possui um cartão temporário de cruzamento da fronteira, segundo documentos judiciais.
Ao tentarem cruzar no ponto de San Ysidro, próximo a San Diego, agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA (CBP) detiveram Julia, alegando que ela não correspondia à foto em seu passaporte.
Ela foi levada para uma sala e interrogada por um único oficial da CBP, violando a política que requer a presença de uma testemunha adicional para entrevistas com menores, conforme decisão do tribunal.
Durante o interrogatório, Julia foi pressionada a confessar falsamente que era sua prima, levando os oficiais a suspeitar que ela e Oscar estavam envolvidos em contrabando e usando identidades falsas.
"Os Estados Unidos não ofereceram uma explicação clara sobre por que Julia confessaria falsamente ser sua prima", destacou o juiz Curiel. "Como a confissão não foi gravada, testemunhada ou detalhada por escrito, nunca saberemos por que uma cidadã americana de nove anos confessou ser outra pessoa."
Após várias rodadas de entrevistas, as crianças foram separadas e detidas em celas na Unidade de Fiscalização de Admissibilidade da fronteira, onde Oscar ficou detido por 14 horas e Julia por 34 horas.
A libertação das crianças ocorreu após pressão do consulado mexicano e da mãe, que concedeu entrevistas à imprensa sobre o incidente. Julia enfrentou problemas de insônia e pesadelos após sua libertação, necessitando de aconselhamento, segundo documentos judiciais.
"Espero que isso nunca mais aconteça", afirmou Julia à NBC San Diego após a decisão de sexta-feira.
Este caso levanta questões sobre os procedimentos da Patrulha de Fronteira dos EUA e destaca os desafios enfrentados por cidadãos americanos em cruzamentos fronteiriços.