Administração Biden suspende programa de trabalho para imigrantes após preocupações com fraude

A administração Biden interrompeu temporariamente um programa que permitia a entrada de até 30.000 imigrantes nos Estados Unidos para trabalho ou asilo, conforme vários relatórios. A suspensão afeta imigrantes de Cuba, Haiti, Venezuela e Nicarágua, que não poderão mais trabalhar nos EUA durante esse período. A medida foi adotada menos de uma semana após a Federação para a Reforma da Imigração (FAIR) revelar documentos do Departamento de Segurança Interna (DHS) apontando fraudes por parte de alguns requerentes.

A FAIR afirmou que alguns patrocinadores dos imigrantes preencheram formulários com informações falsas para obter autorizações de viagem. "Por precaução, o DHS suspendeu temporariamente a emissão de autorizações de viagem antecipada para novos beneficiários enquanto revisa as aplicações dos patrocinadores,” disse um porta-voz do departamento à CBS News. “O DHS retomará o processamento das aplicações o mais rápido possível, com as devidas salvaguardas."

Segundo a FAIR, o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), uma divisão do DHS, revisou milhares de aplicações do programa para identificar possíveis fraudes. O USCIS encontrou casos em que alguns patrocinadores utilizaram números de Seguro Social e números de telefone falsos, além de constatar que endereços residenciais idênticos foram usados em milhares de aplicações.

O DHS esclareceu que está focado na fraude cometida pelos patrocinadores dos imigrantes, acrescentando que os próprios migrantes são “minuciosamente” examinados e verificados antes de entrarem nos EUA. “O processo de triagem e verificação para autorizações de viagem antecipada é separado da triagem dos apoiadores baseados nos EUA," afirmou o porta-voz. "O DHS não identificou problemas relacionados à triagem e verificação dos beneficiários."

O departamento também mencionou que a Imigração e Alfândega dos EUA investigará qualquer evidência de fraude e encaminhará os suspeitos ao Departamento de Justiça, responsável pelo julgamento de casos de imigração. “O DHS possui mecanismos de revisão para detectar e prevenir fraudes e abusos em nossos processos de imigração,” acrescentou o porta-voz. “O DHS leva qualquer abuso de seus processos muito a sério."

O presidente Joe Biden anunciou o programa em janeiro de 2023, quando os EUA começaram a rejeitar imigrantes cubanos, haitianos, venezuelanos e nicaraguenses que tentavam cruzar a fronteira com o México ilegalmente. Na ocasião, Biden afirmou que o processo era “ordenado.” Em março, o Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, reiterou o posicionamento do presidente. “Esses processos — uma forma segura e ordenada de chegar aos Estados Unidos — resultaram em uma redução significativa no número desses indivíduos encontrados em nossa fronteira sul,” disse Mayorkas em um comunicado. “É um elemento-chave dos nossos esforços para enfrentar o nível sem precedentes de migração em todo o hemisfério.”