Publicado em 27/09/2024 as 7:00pm
Mulher do Texas admite drogar crianças imigrantes em esquema de tráfico infantil
Fonte: Da redação
Uma mulher de 23 anos do Texas, Vanessa Valadez, confessou ter drogado meninas migrantes com gomas de melatonina como parte de um esquema de tráfico infantil. Sua declaração ocorre em um momento em que agentes de fronteira dos EUA alertam sobre o aumento do tráfico de crianças em toda a fronteira sul.
No dia 20, Valadez se declarou culpada por trabalhar com familiares para contrabandear crianças com menos de 5 anos de Nuevo Laredo, México, para os Estados Unidos entre agosto e setembro de 2023. Durante uma operação, um dos cúmplices de Valadez enviou uma mensagem dizendo “la noquiamos con unas gomitas”, que se traduz como “nós a derrubamos com algumas gomas”.
De acordo com investigações da Segurança Interna (HSI), Valadez e sua família conseguiram contrabandear pelo menos quatro meninas, que eram retiradas de um local de armazenamento do outro lado da fronteira. Elas eram drogadas antes de serem apresentadas com certidões de nascimento falsas, tentando se passar como membros da família. Após chegarem a Laredo, as meninas foram levadas para o interior dos Estados Unidos e deixadas com pessoas desconhecidas para fins incertos.
O esquema foi descoberto em 21 de setembro de 2023, durante uma inspeção rotineira por agentes de fronteira. Três das meninas contrabandeadas ainda não foram identificadas, e suas localizações permanecem desconhecidas, segundo declaração da HSI.
Além de Valadez, outros cúmplices envolvidos incluem Ana Laura Bryand, 47 anos; sua sobrinha Kayla Marie Bryand, 20; Jose Eduardo Bryand, 43; Nancy Guadalupe Bryand, 44; e Lizeth Esmeralda Bryand Arredondo, 32, do México. Todos já haviam se declarado culpados por suas participações na trama.
As chocantes confissões surgem em um contexto de crescente preocupação entre os agentes de fronteira sobre o tráfico de crianças, que muitos afirmam estar em ascensão. Fontes da Patrulha de Fronteira relataram um aumento no uso de crianças por traficantes para se passarem como unidades familiares, com algumas crianças aparecendo na fronteira várias vezes, acompanhadas por adultos diferentes a cada vez.
“Alguns anos atrás, quando estavam entrando em massa, tínhamos que deixar as unidades familiares entrarem. As pessoas continuavam chegando e, com o tempo, notamos que as crianças eram as mesmas, mas os ‘pais’ eram diferentes. Estavam reciclando as crianças,” disse uma fonte. “É horrível pensar nisso, porque havia milhares de crianças, e quem sabe onde todas elas terminaram.”
O futuro dessas crianças permanece incerto, mas as autoridades temem que sejam vulneráveis a exploração infantil e trabalho forçado. Casos como o de Valadez evidenciam uma prática alarmante, onde traficantes têm sido flagrados usando sedativos para drogar crianças e utilizando certidões de nascimento falsas para forjar suas identidades.
